ARMAS QUÍMICAS CHOCAM O PLANETA E PÕE PUTIN E TRUMP EM IMINÊNCIA DE
GUERRA
A revista Isto É destaca em sua edição desta semana o conflito na Síria.
Após a utilização de armas químicas, pela Síria, o governo americano lançou
mísseis contra uma base síria. A partir daí pode se configurar um conflito
global.
Segundo a reportagem o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev,
fez publicação no facebook prevendo tempos sombrios. “Os Estados Unidos
chegaram a um passo de um confronto com a Rússia”, escreveu Medvedev.
O presidente Vladimir Putin já tinha se pronunciado após o ataque
americano: “os ataques causam um dano considerável nas relações entre os
dois países, que já se encontram em um estado lamentável.”
Para analistas os eventos trágicos dos últimos dias e as reações
insidiosas dos envolvidos na questão levam a supor que a paz está, sim,
ameaçada. Os agravantes trazem ainda mais indícios de que o planeta está
exposto a uma nova era de violência. Trump e Putin são tão imprevisíveis quanto
irascíveis, tão beligerantes quanto irresponsáveis.
A reportagem destaca a foto de crianças mortas. “Crianças mortas por
asfixia e com os corpos retesados, como se tivessem partido no instante exato
em que dispararam um grito de horror, jamais poderão ser esquecidas – e nunca
mais toleradas. Se o ditador sírio Bashar al-Assad se permite cometer
atrocidades como disparar gás venenoso contra jovens inocentes, o que resta ao
mundo a não ser reagir para que o mal não se perpetue?”.
A guerra na Síria provoca crimes contra a humanidade. “Estima-se em 400 mil pessoas assassinadas desde que a guerra civil começou e mais de 5 milhões de refugiadas pedindo asilo ao redor do mundo. A Síria é também o berço do Estado Islâmico, o maior e mais ativo grupo terrorista da atualidade.
É na Síria que são disparadas as armas químicas, consideradas crime de guerra, como no reincidente ataque na terça-feira 4 – em 2013, outro atentado ordenado pelo governo matou 350 pessoas e deixou mais de 1.000 feridas. A Síria está no epicentro do maior confronto desde a Segunda Guerra Mundial. É, acima de tudo, um país dizimado e humilhado por bárbaras lideranças locais e atores globais com sede de guerra”.
Militares se preparam para a ofensiva.
Para o professor de Relações Internacionais e pesquisador do Instituto
Alemão de Estudos Globais, Kai Michael Kenkel, o ditador Assad vai tomar
medidas mais drásticas a partir de agora, e a Rússia irá protegê-lo. “Isso vai
acontecer mesmo havendo violações de direitos humanos”, afirma. A intenção do
líder russo, diz o especialista, é não acabar com o conflito. Para Kenkel,
a Síria é usada como um jogo de xadrez entre os presidentes e, neste
caso, o russo está ganhando. “Putin é racional e sabe o que está fazendo. Tem
um entendimento muito maior de política internacional do que Trump.” A questão
é que as duas nações expressam política e culturalmente o que em termos
filosóficos se chama de “ethos guerreiro”, a necessidade de vencer e destruir o
adversário. Ressalte-se que os dois países estiveram envolvidos nos maiores
conflitos armados da história. Detêm os maiores orçamentos militares e discutem
o tema da guerra e dos ataques de maneira recorrente. E para tanto, tropas
americanos se mobilizam.
FONTE: REVISTA ISTO É.