Futebol Amador de Samambaia: Um Reflexo de Tradição, Paixão e Resistência
O futebol amador de Samambaia é mais do que apenas esporte. É memória, é cultura, é resistência. Nos campos de terra batida, nos campos de grama sintética ou nos espaços improvisados ou nas quadras, nasceram uma paixão que atravessa gerações. A cidade cresceu, se urbanizou, mas o futebol amador continua pulsando forte, alimentado pelo amor de dirigentes, jogadores, árbitros, torcedores e famílias inteiras que fazem da bola o elo com a comunidade. O futebol amador de Samambaia, que por anos foi celeiro de talentos e ponto de encontro das comunidades periféricas, enfrenta uma crise profunda e multifacetada. A ausência de investimentos financeiros, a precariedade da estrutura física — como campos sem iluminação adequada —, e a interferência política são apenas alguns dos fatores que dificultam a manutenção e o desenvolvimento dessa prática esportiva tão importante para a cidade. A violência também tem deixado marcas. Casos de agressões a árbitros, jogadores e torcedores tornaram-se recorrentes, afastando famílias e enfraquecendo o espírito esportivo que antes predominava. Além da competição, o futebol amador é também um instrumento de inclusão e transformação social. Ele retira jovens das ruas, promove valores como respeito, trabalho em equipe e disciplina. É um espaço onde se revelam talentos e se formam cidadãos. Nas periferias, onde o futebol amador sempre floresceu com paixão e esforço, falta o básico: recursos para cobrir despesas com campos, bolas, redes, além da remuneração de árbitros. Mesmo assim, a chama continua acesa graças ao esforço de pessoas que resistem por amor ao esporte e à comunidade. Mais do que locais para a prática esportiva, os campos de Samambaia são espaços de convivência, de articulação social e até política. Neles, nascem sonhos e se forjam cidadãos. Times tradicionais como, Ursa, Al Qaeda, Máfia, PSV, entre tantos outros, construíram histórias marcantes, rivalidades sadias e títulos memoráveis. O campeonato movimenta o final de semana, trazendo emoção, lazer e integração social. Infelizmente, um dos melhores campeonatos de futebol amador de Brasília segue sem calendário definido. O presidente da liga (Lufas), André Dias (conhecido como "Jornal"), tem se desdobrado para viabilizar o início da competição, mas ainda depende de fatores externos (como o apoio das equipes — inclusive do apoio institucional (dirigentes) e patrocínios — para dar o pontapé inicial. O futebol amador pede socorro. E Samambaia precisa reagir, pois onde há bola rolando, há esperança, inclusão e futuro.
Marco Antonio Tchefy, jornalista
Opinião:
Parabéns por seu artigo amigo!
Na década de 70 em Taguatinga Sul eu escrevia sobre futebol de várzea no Correio Braziliense e fundei um time com aspirante e titular e tínhamos um campo ali na beira da rodovia que por trás da Casa da Benção no cerrado hoje cheio de empresas e disputávamos o campeonato amador da UET-União dos Esportes Amadores de Taguatinga, e fazíamos torneios que lotavam os campos, nosso campo e do XXI de Abril ao lado da Casa da Benção!
Era um show, espetacular, inesquecível!
Nunca tivemos qualquer apoio oficial mas tínhamos amigos no comércio que nos ajudavam e muito.
E havia até grandes torneios regionais e aqui também como Copa Dreher e Copa Arizona, quando jogávamos no gramado do Serejão
Hoje fico na saudade e triste por ver nosso futebol se acabando pelo mesmo mal que domina nosso país, a corrupção e o fim dos campos de terra.
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