AGENTE DA PCDF É INDICIADA POR
HOMICÍDIO DO MARIDO, SARGENTO DA PM
A Corregedoria-Geral da PCDF
concluiu que Mirtes Gomes matou o marido. A agente, no entanto, alega que ele
cometeu suicídio
A agente Mirtes
Gomes Amaro, da Polícia Civil do Distrito Federal, foi indiciada por homicídio
qualificado pela morte do marido, o sargento da Polícia Militar Daniel
Quezado Amaro. Segundo a Corregedoria-Geral da PCDF, Quezado não se matou,
como a mulher alegava.
O militar foi
encontrado sem vida na sala do apartamento dele, no Sudoeste, em 24 de
fevereiro do ano passado. Durante as investigações conduzidas pela 3ª Delegacia
de Polícia (Cruzeiro) e, posteriormente, pela corregedoria, Mirtes sustentava
em seus depoimentos que o marido havia cometido suicídio na frente dela.
A agente Mirtes
Gomes Amaro, da Polícia Civil do Distrito Federal, foi indiciada por homicídio
qualificado pela morte do marido, o sargento da Polícia Militar Daniel Quezado
Amaro. Segundo a Corregedoria-Geral da PCDF, Quezado não se matou, como a
mulher alegava.
O militar foi
encontrado sem vida na sala do apartamento dele, no Sudoeste, em 24 de
fevereiro do ano passado. Durante as investigações conduzidas pela 3ª Delegacia
de Polícia (Cruzeiro) e, posteriormente, pela corregedoria, Mirtes sustentava
em seus depoimentos que o marido havia cometido suicídio na frente dela.
Apesar de correr
em segredo de Justiça, o Metrópoles obteve a informação de que, em 10 de junho
deste ano, a Polícia Civil decidiu pelo indiciamento da agente e encaminhou o
inquérito ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O
caso está a cargo dos promotores do Tribunal do Júri do DF. De acordo com
fontes ouvidas pela reportagem, a denúncia será oferecida à Justiça em breve.
A morte do
militar causou grande comoção. Além de ele ser muito querido na corporação, no
dia do ocorrido, houve uma intensa movimentação policial no Sudoeste,
provocando engarrafamento no bairro.
A confusão
despertou curiosidade da população local e as primeiras informações dadas pela
polícia eram de que o caso se tratava do suicídio de um militar. À época, no
entanto, a polícia não confirmou oficialmente a informação. O que se tinha,
naquele momento, eram relatos de policiais que participaram do socorro.
Muitas dúvidas
No decorrer das
investigações, uma série de exames foram elaborados pelo Instituto de
Criminalística. O resultado do laudo cadavérico, por exemplo, foi considerado
“inconclusivo” para suicídio. As informações, no entanto, foram recebidas com
desconfiança por investigadores da Polícia Civil, já que, em casos de suicídio,
os laudos, em geral, apontam algum tipo de autolesão (como um disparo de arma
de fogo contra o próprio peito).
De acordo com
pessoas próximas a Quezado, o PM fazia planos de se mudar do Distrito Federal
após se aposentar. O sargento sonhava viver no Nordeste e chegou a trocar
mensagens com amigos, pelo celular, comentando o desejo. Tanto o telefone do
militar quanto o de sua esposa foram alvo de perícia.
As apurações
confirmaram que o casal viveu uma relação conturbada ao longo de 27 anos, fato
que foi comprovado por parentes do sargento durante as oitivas. “A Mirtes era
muito ciumenta e, no dia do velório do meu filho, ela se aproximou e me pediu
perdão. Nunca havia entendido aquela atitude”, disse a mãe do PM, Maria Luíza
Quezado Pinto Amaro, 83 anos.
O pai de
Quezado, Sérgio Amaro, 82 anos, lembra-se que o filho tinha muitos sonhos após
deixar a PM e queria colocá-los em prática o mais rapidamente possível. “Ele
não tinha motivos para se matar. O Daniel tinha um relacionamento maravilhoso
com os irmãos e com a gente [pais]. Era uma pessoa alegre, muito feliz e
realizado com a própria vida. Não faz o menor sentido tirar a própria vida”,
comentou.
Autópsia
psicológica
Durante as
investigações, um laudo de autópsia psicológica produzido pelo Instituto Médico
Legal (IML) chegou a descartar que o PM apresentasse tendência suicida. Além do
documento que confrontava essa tese, o depoimento prestado por uma colega de
trabalho da ex-mulher do militar apontava para uma reviravolta no caso.
Na oitiva, essa
servidora da PCDF contou que a esposa do sargento teria pego o celular dele,
levado para o IML, onde trabalha, e usado um computador da corporação para
“espelhar” a tela do aparelho. Assim, ela podia acompanhar as conversas do
marido em tempo real.
Baseada em
entrevistas com pessoas do círculo pessoal e análises comportamentais do
sargento, a autópsia psicológica reconstruiu o estado mental do militar no dia
da tragédia e a dinâmica de seus momentos finais.
No dia em que
morreu, o sargento estava empolgado com a organização de uma confraternização
marcada para três dias depois. “Novamente, esse fato vai de encontro às
características de suicidas em potencial. Quezado não possuía nenhum transtorno
mental nem era envolvido com abuso de álcool e drogas que justificassem um
suicídio impulsivo”, aponta o laudo.
Metrópoles.com