BRASÍLIA TREME!
EX-GOVERNADORES SENTEM O GOSTINHO
DE CADEIA! JOSÉ ROBERTO ARRUDA, AGNELO QUEIRÓZ E TADEU FILIPELLI VÃO EM CANA
PELA POLICIA FEDERAL!
LEGADO DA COPA
AJUDANDO A AUMENTAR A POPULAÇÃO CACERÁRIA NO BRASIL!
Ex-governadores do DF são presos acusados de fraudes em obras em estádio..
Os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto
Arruda (PR) foram presos na manhã desta terça-feira (23/5) em uma operação que
investiga organização que teria fraudado e desviado recursos das obras de
reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014.
O assessor especial de Michel Temer na Presidência da República Tadeu
Filippelli também foi preso temporariamente. Ele foi vice-governador de Agnelo
Queiroz, e, segundo a Folha de S.Paulo, já foi demitido pelo presidente Michel
Temer. De acordo com a Polícia Federal estão sendo cumpridos ao todo 15
mandados de busca de apreensão, dez de prisão temporária, além de três
conduções coercitivas. As medidas foram determinadas pelo juiz Vallisney de
Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Também foi determinada a
indisponibilidade de bens de 13 envolvidos até o limite de R$ 60 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, o objetivo das medidas cumpridas é
encontrar provas de que foi constituído um cartel entre várias empreiteiras
para fraudar a licitação, assegurando de forma antecipada que as obras fossem
feitas por consórcio formado pelas empresas Andrade Guitierrez e Via
Engenharia. Como contrapartida, os vencedores teriam pago propina a agentes
políticos e públicos, que estão entre os alvos da operação.
A reconstrução do antigo Mané Garrincha foi estimada inicialmente em R$
690 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,5 bilhão, o que fez com que o
estádio se tornasse o mais caro entre os 12 que receberam os jogos da Copa do
Mundo de 2014. O dinheiro saiu dos cofres da Terracap, empresa pública do
Governo do Distrito Federal, cujo capital é formado da seguinte forma: 51% do
GDF e 49% da União.
Segundo delatores, esquema começou no governo de José Roberto Arruda, em
2008.
O caso começou a ser investigado em setembro de 2016, a partir de
depoimentos de três executivos da Construtora Andrade Gutierrez, em colaboração
premiada firmada junto à Procuradoria Geral da República (PGR).
As informações de que houve fraude na licitação foram confirmadas por
diretores da Odebrecht que afirmaram — também em colaboração premiada — que em
decorrência dessa combinação prévia, a empresa participou da licitação
apresentando um valor superior ao oferecido pela Andrade Guitierrez, que
depois, retribuiu o "favor", na licitação para as obras da Arena
Pernambuco.
Segundo os delatores, em 2008, um ano antes da seleção, a Andrade
Gutierrez já teria acertado o repasse de 1% do valor da obra aos políticos. De
acordo com o MPF, os pagamentos foram viabilizados por meio de doações de
campanha — formais e por meio de caixa 2, além da simulação de contratos de
prestação de serviços. Os relatos revelam dezenas de pagamentos de propina que,
em valores preliminares, seriam de mais de R$ 15 milhões.
Os investigadores afirmam ainda que uma perícia técnica da Polícia
Federal e um levantamento do Tribunal de Contas do Distrito Federal também
constaram fraude na licitação. Segundo a corte de contas, houve um sobrepreço
de R$ 430 milhões, em valores de 2010, montante que corrigido pela taxa Selic
alcança, atualmente, R$ 900 milhões. Com informações da Assessoria de Imprensa
do MPF e da PF.
WWW.CONJUR.COM
RELEMBRANDO A HISTÓRIA:
Ao longo dos anos em que o sistema operou livremente, Durval Barbosa tratou de registrar tudo em vídeo: as conversas com empresários, as reuniões políticas e os encontros para distribuir o dinheiro arrecadado. A videoteca clandestina tornou-o figura onipotente na política local. Fazia nomeações para cargos importantes, demitia, ameaçava. A sanha de poder era tamanha que ele planejou estender sua influência para além do governo do Distrito Federal. Num dos depoimentos sigilosos prestados no âmbito da investigação, ao qual VEJA teve acesso, o delator admitiu ter feito chegar a Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula, um dos maiores interesses da máfia: a manutenção de um promotor ligado ao grupo na chefia do Ministério Público de Brasília. O recado a Carvalho, hoje ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, seguiu por meio de Christiane Araújo, uma advogada que goza de alguns privilégios e trânsito livre entre petistas poderosos da capital. Christiane integrou a equipe de transição de Lula para Dilma.
WWW.CONJUR.COM
RELEMBRANDO A HISTÓRIA:
Bem que o Durval Barbosa avisou!
Corrupção institucional
(Givaldo Barbosa/Ag. O Globo/VEJA)
Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro
SURPRESAS
O delegado Durval Barbosa, que fez acordo de delação premiada, diz que
muita coisa ainda está por vir: “Entreguei às autoridades muito mais do que
apareceu até agora”
SURPRESAS
O delegado Durval Barbosa, que fez acordo de delação premiada, diz que
muita coisa ainda está por vir: “Entreguei às autoridades muito mais do que
apareceu até agora” (VEJA)
Os juristas discordam sobre os benefícios da delação premiada como método
de combate ao crime organizado. Em Brasília, porém, restam poucas dúvidas sobre
sua eficácia. Durante quase duas décadas, a cidade esteve sob controle de uma
máfia que desviou mais de 4 bilhões de reais dos cofres públicos. Desde que o
ex-delegado Durval Barbosa resolveu contar às autoridades o que sabia e,
principalmente, entregar algumas das relíquias que guardava, a organização criminosa
começou a ruir – e figurões da política foram sendo fulminados um a um. Um
governador foi preso e cassado e parlamentares perderam o mandato. Na semana
passada, a deputada federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador Joaquim
Roriz, apareceu em uma gravação de vídeo recebendo dinheiro ilegal, o que a
transforma na primeira candidata a perder o mandato na atual legislatura. Vem
mais por aí. Em entrevista a VEJA, na última quinta-feira, Durval Barbosa
disse: “Entreguei às autoridades muito mais do que apareceu até agora. A
sociedade tomará conhecimento de tudo em breve”.
O delator do escândalo que ficou conhecido como “mensalão do DEM” ameaça
tragar outras figuras importantes do cenário político nacional. Ele disse a
amigos ter um vídeo capaz de causar sérios embaraços ao recém-empossado
governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz – eleito na esteira do
escândalo que, graças às revelações do delegado, derrubou José Roberto Arruda
em 2010. Durval Barbosa, ao longo de quase dez anos, foi membro destacado do
que agora ele ajuda a desbaratar. O delegado arrecadava propina dos empresários
prestadores de serviços ao governo e a distribuía entre os políticos. Durval
registrava tudo em vídeo. Em uma das dezenas de gravações ainda inéditas,
Agnelo aparece conversando animadamente com o delegado no mesmo cenário em que outros
políticos brasilienses foram flagrados recebendo dinheiro. O teor do diálogo?
VEJA ouviu de uma pessoa que assistiu à gravação a definição da conversa: “Nada
ortodoxa”. O governador, que se preparava para disputar as eleições, aparece
vendo com muita atenção os filmetes estrelados por seus principais adversários.
Depois, pede para levar uma cópia, no que é atendido. Quando está saindo da
sala com os CDs nas mãos, Durval chama Agnelo e lhe entrega um jornal dobrado,
que foi usado para ocultar os discos debaixo do braço. O governador, através de
sua assessoria, confirma o encontro com o delator, mas informa que o objetivo
foi apenas assistir a trechos editados dos vídeos.
Há também um encontro marcado entre criador e criatura. O ex-governador
Joaquim Roriz, mentor do esquema de corrupção, não enfrentará problemas apenas
com o perrengue de sua filha. Ele é personagem de uma das gravações ainda
inéditas. Em 2002, Durval recolheu 2 milhões de reais para a campanha do
governador. O dinheiro foi entregue a um assessor de Roriz, que, por sua vez,
levou a mala até o comitê de campanha. O que o assessor não sabia era que tudo
estava sendo gravado. Durval Barbosa filmou a mala cheia de dinheiro antes de
ser entregue ao assessor de Roriz, o momento da entrega, a conversa sobre o
destino do dinheiro, o caminho percorrido depois pelo assessor, o instante em
que ele entrou no comitê de campanha com a mala e o momento em que ele saiu do
comitê sem a mala. O delator já exibiu trechos dessa gravação a mais de uma
pessoa e disse que seu objetivo, ao gravar inclusive o chefe, era garantir a
própria proteção.
Ao longo dos anos em que o sistema operou livremente, Durval Barbosa tratou de registrar tudo em vídeo: as conversas com empresários, as reuniões políticas e os encontros para distribuir o dinheiro arrecadado. A videoteca clandestina tornou-o figura onipotente na política local. Fazia nomeações para cargos importantes, demitia, ameaçava. A sanha de poder era tamanha que ele planejou estender sua influência para além do governo do Distrito Federal. Num dos depoimentos sigilosos prestados no âmbito da investigação, ao qual VEJA teve acesso, o delator admitiu ter feito chegar a Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula, um dos maiores interesses da máfia: a manutenção de um promotor ligado ao grupo na chefia do Ministério Público de Brasília. O recado a Carvalho, hoje ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, seguiu por meio de Christiane Araújo, uma advogada que goza de alguns privilégios e trânsito livre entre petistas poderosos da capital. Christiane integrou a equipe de transição de Lula para Dilma.
Ex-assessora do delator Durval Barbosa, Christiane Araújo também aparece
em um vídeo da coleção do antigo patrão. Assim como todos os outros personagens,
embolsando maços de dinheiro. Em entrevista a VEJA, a advogada garante que
nunca recebeu dinheiro de Durval: “Se existe essa imagem minha pegando
dinheiro, com certeza não era pra mim. Eu resolvia problemas dele e da esposa,
pagava contas para ele”. Sobre o pedido ao ministro Gilberto Carvalho, a
ex-assessora também desconversa: “O doutor Gilberto não sabia de nada do
Durval. Quando eu conversei com ele sobre o procurador, a nomeação já estava
definida. Eu só comentei sobre a escolha”. Ouvida pelos investigadores,
Christiane confirmou ter enviado um e-mail a Gilberto Carvalho. A resposta do
então chefe de gabinete de Lula acabou apreendida pela Polícia Federal durante
uma operação de busca numa das empresas investigadas por ligação com a máfia.
Carvalho, a partir de seu e-mail funcional do Planalto, dizia que iria
“encaminhar a demanda” – isso significava dizer que levaria o pedido ao
presidente. A VEJA, o ministro afirmou não ter atendido à solicitação.
A advogada foi demitida do governo de transição depois de descoberto seu
envolvimento em outro escândalo, o da máfia dos sanguessugas. Leonardo
Bandarra, o promotor indicado por ela, foi reconduzido ao cargo, como a
quadrilha desejava. Hoje, sabe-se que o procurador-geral recebia dinheiro para
impedir e atrapalhar investigações de seus colegas sobre a quadrilha. Ele foi
afastado do Ministério Público.
O padrão de ética dos criminosos põe a traição no patamar das atitudes
intoleráveis, passível da pena capital. Para o estado, a delação premiada
constitui uma das mais eficazes maneiras de descobrir o funcionamento das
organizações criminosas. A Justiça ofe-rece benefícios em troca de informações.
O primeiro caso de delação de que se tem notícia aconteceu na Inglaterra, em
1775. Dois irmãos gêmeos fizeram fortuna falsificando títulos. Suas falcatruas
contavam com a ajuda de uma cortesã. Quando o esquema foi descoberto pelas
autoridades, os dois irmãos tentaram se eximir de culpa apontando a cortesã
como responsável pelos golpes. Presa, ela decidiu revelar a verdade. Os gêmeos
acabaram executados, e a cortesã, considerada uma “testemunha da coroa”, foi
perdoada e passou a viver sob proteção do estado. Para conseguir os benefícios
da delação, Durval, já condenado a dez anos de prisão, tem ajudado com revelações
corretas e verificáveis. As autoridades confiscaram dezenas de milhões de reais
em terrenos, imóveis e empresas, fortuna que o delegado amealhou durante os
anos em que foi caixa da quadrilha. No fim do ano passado, a polícia descobriu
um plano para emboscar Durval Barbosa. Uma testemunha ouvida contou que um
conhecido pistoleiro do interior de Goiás foi contratado por 1,5 milhão de
reais para assassinar o delegado. O criminoso chegou a receber metade do
pagamento, mas o assassinato, que seria levado a cabo em uma fazenda, acabou
sendo descoberto e abortado pela polícia. Nas boas histórias da máfia, os
primeiros suspeitos da encomenda do crime seriam os personagens delatados por
Durval Barbosa. Como é uma história de máfia, a polícia suspeita dos personagens
que estrelaram os filmes recebendo propina.
NA MIRA
CORRUPÇÃO INSTITUCIONAL
Depois de destruir a carreira política do ex-governador José Roberto
Arruda, o araponga Durval Barbosa direciona sua artilharia de vídeos
comprometedores contra dois poderosos da capital: Joaquim Roriz (acima, à dir.)
e Agnelo Queiroz. O primeiro, um notório ficha-suja, comandou Brasília por
catorze anos e é considerado o criador do esquema de pagamento de propina a
deputados distritais aliados. Foi sob os auspícios de Roriz que Durval ganhou
poder e dinheiro e iniciou seus hábitos de gravar conversas. Também figura nos
vídeos de Durval o atual governador, Agnelo Queiroz, que se apresenta como
opositor do esquema que tomou de assalto o aparelho estatal de Brasília.
CHORO
A deputada Jaqueline Roriz, filha de Joaquim Roriz, recebe dinheiro sujo
e reclama da quantia: “Tem a possibilidade de aumentar?” (VEJA)
DE INGÊNUA, NEM A CARA
A deputada federal Jaqueline Roriz foi a mais recente estrela da
repugnante cinemateca de Durval Barbosa. Ela aparece junto do marido recebendo
50 000 reais em maços de dinheiro do operador do mensalão de Brasília. Na
ocasião, Jaqueline reclama que o valor recebido estava abaixo do combinado.
Depois da divulgação do vídeo, a Procuradoria-Geral da República pediu ao
Supremo Tribunal Federal que a deputada seja investigada. Ela também foi
excluída da Comissão de Reforma Política da Câmara. Jaqueline não se pronunciou
sobre o episódio, e o partido dela, o PMN, afirmou que seu envolvimento foi por
“ingenuidade”.
CASSADO
Imagens devastadoras - Durante a campanha eleitoral de 2006, Arruda
recebe um pacotão de dinheiro do operador do mensalão. “Ah, ótimo!”, comemora.
Imagens devastadoras – Durante a campanha eleitoral de 2006, Arruda
recebe um pacotão de dinheiro do operador do mensalão. “Ah, ótimo!”, comemora
(VEJA)
PRESO E SEM MANDATO
O governador José Roberto Arruda não resistiu à divulgação de um vídeo em
que ele recebia de Durval Barbosa maços de dinheiro para financiamento ilegal
de campanha. Arruda tentou justificar que o dinheiro era para comprar panetones
para crianças pobres da capital, mas não colou. Durante o curso das
investigações, o ex-governador passou dois meses preso pela tentativa de
subornar uma testemunha e teve o mandato cassado depois de se desligar do DEM,
no intuito de evitar sua expulsão da legenda.
AFASTADO
Ousadia
Uma assessora de Durval é suspeita de servir de elo com o Palácio do
Planalto. Amiga do ministro Gilberto Carvalho, ela fazia lobby para conseguir
nomeações de interesse da máfia (VEJA)
AGENTE INFILTRADO
Durante quatro anos, Leonardo Bandarra ocupou o cargo de procurador-geral
do Ministério Público do Distrito Federal. O responsável por zelar pelo bom
funcionamento das instituições públicas foi filmado na casa de uma promotora de
Justiça que escondia dinheiro sujo. Para manter o MP longe da quadrilha que rapinava
os cofres de Brasília, Bandarra recebia mesada de 150 000 reais. Agora, o
espião da quadrilha perdeu o cargo e responde a denúncias propostas pelo
Ministério Público Federal por envolvimento com a máfia brasiliense.
Veja.com