ONG pede que Câmara do DF
investigue gastos de deputada com verba indenizatória
Entidade Adote Um Distrital pediu
abertura de processo contra parlamentar Sandra Faraj (SD) na Câmara
Legislativa. Deputada alega que 'não foi notificada'.
A organização Adote Um Distrital,
ONG que fiscaliza a atuação dos parlamentares na Câmara Legislativa do Distrito
Federal, pediu à Casa nesta sexta-feira (24) que apure a conduta da deputada
Sandra Faraj (SD) com os gastos de verbas indenizatórias.
A parlamentar é suspeita de usar o
recurso pago para ressarcimento de despesas relacionadas ao exercício do
mandato de forma indevida. O caso veio à tona depois de denúncia de um
ex-funcionário de Sandra.
A assessoria da deputada disse
apenas que "ela não foi notificada do pedido da ONG". O Ministério
Público do DF disse à TV Globo que também vai investigar o caso.
O empresário Felipe Nogueira cobra
na Justiça o pagamento pela prestação de serviços de divulgação. Segundo ele, a
dívida chega a R$ 150 mil. A deputada diz que o trabalho foi pago. O contrato,
firmado em fevereiro de 2015, incluía serviços como publicidade e manutenção de
site.
Contrato viciado
Empresário entra na justiça para
receber dinheiro público que já foi liberado
Em entrevista à TV Globo na
segunda-feira (13), o empresário também admitiu ter trabalhado ilegalmente no
gabinete da deputada, em 2015. Nogueira afirma que a relação com Sandra Faraj
começou em 2014, na campanha eleitoral.
Quando assumiu o cargo, ela o
contratou para um cargo comissionado de alto posto, com salário de R$ 11 mil. A
ONG também pediu que a Câmara investigue a contratação de Nogueira, Na prática,
ele trabalhava no gabinete de Faraj enquanto a empresa, que está em nome da
mulher e de um sócio, prestava serviços para o mesmo gabinete.
Além dessa irregularidade, o
empresário assume que assinou uma declaração em 2016, com data retroativa a
2015, negando que tivesse parente ou sócio prestando serviço à Câmara
Legislativa. "Ela nos intimidou. Falou que, se não fizéssemos isso, ela ia
mandar a gente embora. É claro que ela sabia [do contrato], porque nada ali
dentro corre sem uma pesquisa, né?", diz.
Em nota, o gabinete de Sandra Faraj
disse "estranhar" a alegação de falta de pagamento, feita pela
empresa, já que o contrato foi rescindido há um ano. nesta segunda, Felipe
Nogueira foi exonerado do cargo em comissão.