GIM E
LILIANE DETONAVAM FILIPELLI PELA COSTAS. UM URUBU FALANDO DO OUTRO. OU SERIAM
HIENAS?
A deputada distrital Liliane Roriz (PTB) queixou-se, em
conversa gravada por ela mesma com o ex-senador Gim Argello, que o atual
assessor especial da Presidência da República Tadeu Filippelli teria “traído” o
seu pai, Joaquim Roriz, nas eleições de 2010. Segundo ela, o ex-vice-governador
do Distrito Federal teria dado uma “facadinha” que “nocauteou” Roriz.
O diálogo é iniciado por Gim Argello que, em determinado
momento, comenta que Filippelli começou a carreira com Roriz. “O Tadeu sempre
foi desse tamanhozinho. O Tadeu era um puxa saquinho do governador Roriz. Foi
protegido da dona Weslian (mulher do ex-governador)”, diz Argello. “Protegido
por causa da Célia”, rebate Liliane. Filippelli foi casado com a sobrinha de
Weslian Roriz, esposa de Joaquim Roriz, chamada Célia.
“Aí o Tadeu foi fazendo espaço no PMDB até meter uma
facadinha”, prossegue Gim. “Facadinha? Aquele ali nocauteou o meu pai”,
prossegue Liliane, que ainda se queixa de que Filippelli traiu seu pai:
“traição, traição”.
A conversa ocorreu no dia 4 de abril deste ano e a gravação
feita no celular da distrital consta dos autos da Operação Drácon, que
investiga um esquema de corrupção na Câmara Legislativa do Distrito Federal
(CLDF) envolvendo verbas para a saúde. O celular de Liliane foi recolhido nessa
época. Liliane tornou-se colaboradora da investigação.
Filippelli foi próximo ao ex-governador Joaquim Roriz e, na
administração dele, chegou a ser o secretário de Obras, presidente da antiga
SHIS (hoje Codhab) e administrador de São Sebastião. Nas eleições de 2010, no
entanto, quando Roriz foi candidato, Filippelli se desvencilhou do ex-aliado e
formou chapa com o então candidato petista Agnelo Queiroz e foi eleito
vice-governador do DF.
“Aquilo ali tirou o seu pai da eleição”, avaliou o
ex-senador. Gim ainda prosseguiu: “Ele não era ninguém. Um engenheirinho que
conhecia (inaudível). Foi administrador de São Sebastião. Foi uma traição que
Brasília não esperava aquilo”, afirmou.
Procurada, Liliane Roriz informou que o episódio foi superado
e que hoje ela mantém relações de “respeito e carinho” com o
ex-vice-governador. Na mesma linha, Fillippelli informou que os eventuais
problemas ocorridos na época já foram contornados. “Hoje, inclusive, a artífice
da reaproximação com a família Roriz foi a Liliane”, disse. A defesa de Gim
Argello, que foi preso e condenado pela Lava Jato, afirmou que não iria se
pronunciar sobre o assunto.
Metrópoles.com