Júlio César não é mais o líder do Governo Rollemberg.
Na semana passada, o nome do parlamentar foi citado nos
áudios divulgados pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB) sobre um suposto
esquema de cobrança de propina para destinar sobras orçamentárias da Casa.
O deputado Julio Cesar (PRB) entregou o cargo de líder de
governo na Câmara Legislativa ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB) nesta
segunda-feira (22/8). Na semana passada, o nome do parlamentar foi citado nos
áudios divulgados pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB) sobre um suposto
esquema de cobrança de propina dos parlamentares para destinar sobras
orçamentárias da Casa para as áreas de educação e saúde.
Liliane deve perder o mandato pois já responde a três processos dentro da Câmara.
Segundo nota divulgada pelo deputado, as denúncias são
infundadas. “Nesse momento, o distrital irá se dedicar a sua defesa, para que
possa continuar honrando seu mandato e contribuindo para o crescimento e
desenvolvimento do DF”,
Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do ano
passado, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra
orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao
GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o
texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro – R$ 30 milhões de um total
de R$ 31 milhões – realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento
de serviços vencidos em UTIs da rede pública.
Denúncia
Na ocasião, Liliane teria questionado a presidente da Câmara
sobre a mudança na votação. Segundo a reportagem de O Globo, ela ligou um
gravador antes de começar a conversa. No áudio, é possível ouvir Celina falando
que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da
Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no
projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério (ex-secretário-geral
da Câmara) falar com você.”
As denúncias feitas por Liliane atingem outros distritais,
como o bispo Renato Andrade (PR) e Júlio César (PRB), líder do governo na Casa.
Segundo é possível ouvir nas gravações, os dois teriam tentado fazer uma
negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de
Construtores. De acordo com o que Valério Neves diz em um dos áudios, o
empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas
Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia
garantir nada”, diz Valério Neves em um dos trechos.
Cristiano Araujo e Bispo Renato também são citados nas gravações de Liliane Roriz.
Com a negativa do empresário de participar do tal
“compromisso”, segundo explica Valério nos áudios, o deputado Cristiano Araújo
(PSD) teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais
iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”, revelou O Globo. E
diz ainda que todos os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do
acordo. Celina, por sua vez, diz que se fosse para eles receberem algum tipo de
ajuda, teria de ser para todos. Integram a Mesa Diretora Celina, Raimundo
Ribeiro (PPS), Júlio César e Bispo Renato.
Metropoles,com