A POLÍTICA DO ÚNICO SOBREVIVENTE, A HISTÓRIA POR TRÁS DO RESGATE DO SOLDADO RYAN
Um dos filmes de guerra de mais sucesso foi "O resgate do Soldado Ryan, nele vemos como os militares norte-americanos agiram até o fim com sua política de "único sobrevivente", que pregava que homens em serviço cujos irmãos haviam morrido em combate teriam de ser tirados da linha de fogo pelo bem de seus pais.
Essa política existiu devido há uma história real que envergonhou as autoridades, levou a um imenso clamor público e à precipitação da criação da lei, mas não é mencionada no filme.
Durante uma missão os 700 homens que estavam a bordo do navio de guerra Juneau na manhã de 13 de novembro de 1942, dois anos antes dos desembarques do Dia D, passaram por uma provação terrível, quando o navio foi atingido por um torpedo japonês, enquanto e estava naufragando outro torpedo o atingiu, a embarcação começou a afundar rapidamente, levando apenas 16 segundos para desaparecer nas águas, pouquíssimos marinheiros sobreviveriam desta tragédia.
De alguma forma alguns deles conseguiram escapar para o mar a tempo em barcos salva-vidas. A bordo do navio estavam cinco irmãos, os Sullivan. Quatro -Francis, Albert, Madison e Joseph- estavam entre os 600 que afundaram com o navio.
Entre os 110 sobreviventes, estava o quinto, George, um dos marinheiros resgatados contou que:. "Eu me lembro dele, o irmão mais velho, nadando de barco em barco para procurar seus irmãos. Até que, de repente, foi atacado por um tubarão e comido."
Os homens esperaram e esperaram pela chegada de socorro. Acreditaram numa operação de resgate, mas a Marinha dos EUA decidiu que a ameaça dos submarinos japoneses na área era muito grande, e os navios foram orientados a dirigir com cuidado.
"Ficamos absolutamente chocados, pois ninguém apareceu para nos salvar. Os homens estavam morrendo em consequência de seus ferimentos ou sendo comidos por tubarões", lembra Zook.
Sete dias se passaram até que a Marinha achou seguro resgatar os homens à deriva perto da costa das Ilhas Salomão. Nesse meio tempo, cem homens morreram de sede, de fome ou engolidos por tubarões. Só dez sobreviveram.
Quando as notícias chegaram aos Estados Unidos, a imprensa viveu dias de furor. As ações da Marinha haviam sido péssimas o suficiente, mas a perda de cinco irmãos em um incidente enraiveceu e causou náuseas na nação.
A casa dos Sullivan, em Waterloo, Iowa, foi inundada de flores, tributos e cartas de condolências. Os militares perceberam que a decisão aparentemente lógica de evitar mais perdas ao colocar outro navio em risco parecia claramente um ato de fria covardia.
Mais que depressa, as Forças Armadas adotaram a política de "único sobrevivente" ou "dispensar em razão de dependência". É o acordo que aparece em "O Resgate do Soldado Ryan".
Houve muita discussão sobre o que poderia ser feito depois do naufrágio do Juneau, e os militares ficaram muito mais cuidadosos em mandar irmãos juntos para batalhas. Mais do que isso, a política de único sobrevivente permitia que o último irmão de uma família a sobreviver poderia ser dispensado até mesmo se eles estivessem servindo em setores separados das Forças Armadas
A história dos irmãos Sullivan foi contada num filme feito apenas dois anos depois da morte deles, "The Fighting Sullivans", enquanto somente na década de 1990 a Marinha dos Estados Unidos deu o nome deles a um navio, o USS Sullivans.
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