LILIANE
RORIZ E O FIM DE UM CLÃ: SERÁ TAMBÉM O FIM DE MUITA CARA DE PAU?
Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
do Distrito Federal condenou nesta segunda-feira (17) a deputada distrital
Liliane Roriz (PTB) por compra de votos e falsidade ideológica na campanha de
2010. O julgamento começou em dezembro, mas foi suspenso porque um dos
desembargadores tinha pedido prazo adicional. Cabe recurso ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
Segundo a defesa de Liliane, os
advogados vão esperar a publicação do acórdão para analisar qual será o recurso
cabível. "Vamos examinar se será necessário propor embargo de declaração
[que não tem poder de alterar a sentença] ou recurso especial eleitoral para o
TSE", disse Ezikelly Barros, em entrevista ao G1.
A decisão foi unânime entre os seis desembargadores que votaram no caso –
o presidente, que só vota para desempatar, não precisou se manifestar no
processo. Até a tarde desta segunda, a pena definida pelo tribunal ainda não
tinha sido divulgada.
O TRE já tinha condenado a
distrital Liliane Roriz em março do ano passado em um caso semelhante, por
omitir documentos na prestação de contas na campanha para a reeleição dela em
2010. A parlamentar também foi condenada, por 4 votos a 3, por prometer cargo
público a um colaborador e à mulher dele na campanha.
Na ocasião, o advogado dela, Eri
Varela, recorreu ao TSE, que não ofereceu decisão final sobre o caso. Como
houve mais denúncias, o Ministério Público Eleitoral abriu outro processo
contra a deputada ainda no TRE. Procurado, Varela disse que só iria se manifestar
com a conclusão do processo.
No outro caso, o MP eleitoral
afirmou que o colaborador de Liliane atuou na campanha, mas não recebeu
salários em virtude de uma promessa de cargos, caso fosse eleita. O valor
relativo ao serviço realizado – mesmo que não pago – foi omitido ao TRE. Por
isso, o MP alegou falsidade na prestação de contas.
Pela legislação eleitoral, ela pode
pegar até cinco anos de reclusão por omitir documento, e até quatro anos por
oferecer vantagem indevida. Ela também teria de pagar multa e pode ficar
inelegível por tempo determinado pela Corte. A pena, no entanto, pode mudar de
acordo com a interpretação dos magistrados.
G1.com
OPERAÇÃO DRÁCON:
OPERAÇÃO DRÁCON:
Nos últimos
meses, Liliane viu a vida política sofrer um turbilhão. Em agosto do ano
passado, ela se tornou peça central no escândalo investigado pela Operação
Drácon, que apura se cinco distritais negociaram a liberação de emendas
parlamentares para a saúde e a educação em troca de propina. Liliane Roriz
gravou conversas com a então presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão
(PPS), e o secretário-geral da Casa à época, Valério Neves.
O material
foi entregue ao MPDFT e, hoje, são réus Celina, Julio Cesar (PRB), Bispo Renato
Andrade (PR), Raimundo Ribeiro (PPS) e Cristiano Araújo (PSD). O quinteto
responde por corrupção passiva.