FAMÍLIA CHORA AUSÊNCIA DO MENINO MORTO NO MORRO DO ALEMÃO NO RIO DE JANEIRO.

Um menino prestativo, carinhoso, esforçado, bom aluno e muito alegre. Foi assim que a professora Camila Coutinho definiu Dudu, como ela carinhosamente chamava Eduardo de Jesus Ferreira, que foi seu aluno em 2013, no Ciep Maestro Francisco Mignone, em Olaria. A morte do menino de 10 anos, muito querido entre os professores, causou grande comoção na escola. Nesta segunda-feira, eles vestirão preto em sinal de luto.
- Os professores estão arrasados. É muito injusto um menino do bem, tão carinhoso e caridoso, morrer de forma tão violenta. Parece que um pedacinho nosso se foi - disse.
Apesar de não ser mais sua professora, Camila continuava tendo contato com Eduardo. O menino fazia parte do projeto Anjos do Bem, do qual ela é idealizadora, desde sua criação, no ano passado. Ele ficava depois do fim de seu horário na escola para participar das atividades.
- O Dudu foi um dos primeiros a querer participar. No projeto, fazemos leitura de histórias, trabalhamos o teatro com as crianças, e eles podem levar livros e gibis para casa. Ele sempre levava. Gostava de participar - relembrou a professora.
Eduardo, em fotos do Facebook, participando de projeto com professora Camila na última quarta-feira
Eduardo, em fotos do Facebook, participando de projeto com professora Camila na última quarta-feira Foto: Reprodução Facebook
Há seis meses, o grupo fez uma visita a um abrigo onde vivem idosas abandonadas pelas famílias. Eduardo participou e contou histórias para o grupo.
- Na última quarta-feira, o Dudu ficou comigo até tarde no projeto. Quis me ajudar a arrumar o espaço. Quando ele estava indo embora, perguntou quando iríamos novamente ao abrigo. Essa é a imagem que ficará, a de um menino com coração enorme - disse Camila.


Eduardo morreu no início da noite da última quinta-feira, na localidade do Areal, no Complexo do Alemão, durante uma ação de policiais do Batalhão de Choque. A assessoria das UPPs afirmou que o menino ficou ferido durante confronto entre os PMs e traficantes. Familiares do garoto, no entanto, desmentem essa versão. O corpo dele será enterrado no Piauí, estado de origem de seus pais. As despesas com o traslado do corpo e o sepultamento foram pagos pelo Governo do Estado do Rio. A Divisão de Homiícios da Capital (DH) investiga a morte do menino.


extra.globo.com/casos-de-policia

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