AINDA LEMBRAM?
Após quase cinco
anos sem que ninguém reclamasse sua propriedade, a montanha de dinheiro
apreendida com os "aloprados do PT" em setembro de 2006 deverá,
enfim, ter uma destinação.
O Ministério
Público Federal encaminhou esta semana uma petição à Justiça Federal para
definir o que fazer com o R$ 1,7 milhão, em valores da época, que seria usado
para comprar um suposto dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo
José Serra (PSDB).
O dinheiro foi
apreendido pela PF em poder de Gedimar Passos e Valdebran Padilha.
Se a Justiça
aceitar, as autoridades devem nomear uma entidade filantrópica a ser
beneficiada - ainda não se sabe se em São Paulo, onde ocorreu a apreensão, ou
em Cuiabá, onde o caso é investigado.
Como o inquérito está em sigilo,
procuradores e delegados envolvidos no caso não quiseram se pronunciar.
A apreensão
aconteceu em 15 de setembro de 2006, em plena campanha eleitoral.
Na manhã
daquele dia, policiais federais entraram no hotel Íbis, em São Paulo, flagrando
Valdebran e Gedimar com duas grandes malas carregadas de dinheiro.
No apartamento
479, onde estava Gedimar, os agentes encontraram US$ 139 mil e R$ 410 mil. No
apartamento 475, eles surpreenderam Valdebran com US$ 109,8 mil e R$ 758 mil.
Em depoimento, ambos disseram que estavam apenas "guardando" as malas
para terceiros.
As investigações
da PF descobriram que o dinheiro seria para pagar um dossiê com informações
comprometedoras a respeito de aliados de Serra.
O material havia sido produzido
pelos empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, donos da empresa Planam, acusada
de ser o centro de uma organização criminosa que vendia ambulâncias ao poder
público a partir de emendas parlamentares e licitações fraudadas.
Nos primeiros
dias, a direção da Polícia Federal não liberou imagens da montanha de dinheiro,
mas, duas semanas depois, a fotografia das notas sobre uma mesa estava em toda
a imprensa. Restavam apenas dois dias para o primeiro turno da eleição e o caso
contribuiu para que a disputa entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) fosse
decidida em uma segunda votação.
No dia 18 de
setembro daquele ano, a PF depositou o montante em moeda nacional, totalizando
R$ 1.168.000, em duas contas judiciais na Caixa Econômica Federal.
Já os
dólares foram acautelados no Departamento de Meio Circulante do Banco Central,
no mesmo dia.
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