Promotora Deborah Guerner deixa de receber salário do MP-DF.
(Na foto, a então promotora finge desmaiar e passar mal durante audiência).
Foto: Rafael Ohana/CB/D.A Press/Divulgação
A promotora Deborah Guerner deixou de receber salário pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) na segunda-feira, quando encerrou o prazo para que ela recorresse do pedido de demissão feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Deborah e o ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra respondem a ação penal por envolvimento no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM.
Em maio, o CNMP decidiu demitir Deborah e Bandarra, após um processo administrativo disciplinar. A decisão, de acordo com o conselho, foi publicada em 26 de julho. No dia seguinte, iniciou o prazo de cinco dias para que eles recorressem, mas apenas Bandarra apresentou recurso. Enquanto o pedido não é analisado, o ex-procurador-geral continuará recebendo seu salário.
Por serem servidores públicos, os dois promotores só podem ser demitidos por uma decisão judicial. Enquanto a ação civil para o desligamento de ambos corre na Justiça Federal, eles seguem afastados das atividades do MP.
Em uma sessão conturbada no mês passado, a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu que Deborah e Bandarra responderão a ação penal. Eles são acusados de extorsão, quebra de sigilo funcional, concussão (exigir dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa) e formação de quadrilha - segundo o delator do mensalão, Durval Barbosa, eles teriam cobrado R$ 2 milhões de José Roberto Arruda, governador cassado do Distrito Federal, para não divulgarem o vídeo em que ele aparece recebendo suposta propina.
Na ocasião, o julgamento teve de ser suspenso após a promotora ter alegado que seu marido, Jorge Guerner, estava tendo um acidente vascular cerebral (AVC). Em seguida, ela própria teria desmaiado ao deixar o plenário. Em julgamento anterior, a Corte Especial já havia rejeitado a alegação de insanidade contra ela.
O mensalão do DEM
O chamado mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final de 2009, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em sua defesa, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados". Em meio ao escândalo, ele deixou o Democratas.
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
Acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do caso, Arruda foi preso preventivamente em fevereiro de 2010, por determinação do Superior Tribunal de Justiça, que ainda o afastou do cargo de governador.
03 de agosto de 2011 • 17h52-Fonte: Portal Terra.
COMENTÁRIO; PELO JEITO, NEM TUDO É ESCURIDÃO NO CAMINHO DO EX-GOVERNADOR ARRUDA. PARECE QUE ELE SILENCIOSAMENTE, COMEÇA A SABOREAR O DOCE PRATO DA VINGANÇA, PELAS BEIRADAS, DEPOIS DE ESPERAR QUE ELE ESFRIASSE. SÃO AS VOLTAS QUE A POLÍTICA DÁ...
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