O fim de Jararaca

Em junho de 1927, o sertão do Rio Grande do Norte tremeu. Lampião, o “Rei do Cangaço”, avisou que tomaria Mossoró. O que ele não esperava era que a cidade resolvesse lutar. Comerciantes, coronéis, padres — até o vigário pegou em arma. Foi a primeira vez que uma cidade nordestina se defendeu sozinha do cangaço.

No meio da fumaça e do medo, um homem ficou para trás. Chamava-se José Leite de Santana, mas o sertão o conhecia por outro nome: Jararaca. Ex-soldado do Exército, vira-lata do destino, tinha trocado a farda pelo couro e o brasão pela faca. Entrou no bando de Lampião um ano antes e, ali, aprendeu que no sertão o pecado era fraquejar.

Naquele dia, tentou ajudar o companheiro Colchete, ferido durante a invasão. Foi capturado — e ali terminou o cangaço para ele. Julgado sumariamente, arrastado pela cidade, Jararaca acabou condenado pelo ódio dos que resistiram. Há quem jure que foi enterrado vivo pela população. 

Texto de Paulo Henrique Máximo Lacerda – A História Esquecida

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