A ROSA DO PDT E SUA HISTÓRIA
Didier
Motchane: do punho e a rosa para a eternidade socialista
Criador do símbolo que une o punho e a rosa, clássica representação
socialista no mundo, o francês Didier Motchane morreu no último domingo (29),
aos 86 anos, por decorrência de um câncer. No Brasil, o PDT utiliza a figura na
sua identidade visual desde 1979, quando foi criado por Leonel Brizola.
Com a rosa vermelha associada ao socialismo e o punho como indicador dos
valores humanistas e democráticos, o emblema idealizado por Motchane, que foi
um dos membros históricos do Partido Socialista (PS) da França, também é usado
ainda por siglas em diversos outros países, incluindo Portugal, Inglaterra e
Itália.
Em um comunicado, o Partido Socialista francês homenageou um “intelectual
exigente” que “contribuiu com seu pensamento para a construção” do partido. Em relação
a sua morte, o PS acredita que a “partida não apagará na história os anos
durante os quais ele foi referência para uma geração de homens e mulheres à
esquerda que ainda são executivos do PS”.
Posicionamento
Conforme descrito no estatuto, o PDT “adota como símbolo a rosa vermelha,
seguindo a tradição da Internacional Socialista, e desde sua fundação, adota as
cores vermelhas, brancas e azuis e a bandeira com duas faixas verticais
vermelhas, uma branca ao centro e a sigla em azul”.
Diante da atual realidade repressora e excludente promovida pela direita
neoliberal, a direção nacional pedetista segue ratificando os princípios
traduzidos por Motchane. Em março deste ano, durante o XXV Congresso da
Internacional Socialista (IS) em Cartagena, na Colômbia, o presidente nacional
do partido e vice-presidente da IS, Carlos Lupi, ponderou sobre a perversa
divisão patrocinada pelo capital.
“Precisamos refletir sobre o que acontece no mundo. A Internacional
Socialista não pode aceitar a construção de muros. A direita continua crescendo
na humanidade com o poder do capitalismo”, disse, ao completar: “Nós,
socialistas e sociais-democratas, olhamos para os seres humanos. Peço uma
reflexão sobre o que acontece no mundo e que impacta a humanidade. Precisamos
derrubar os muros da discriminação. É o papel da Internacional Socialista, que
sempre esteve na vanguarda”, convocou o pedetista.
Em julho, durante reunião promovida em Nova Iorque (EUA), Lupi criticou
as ações do atual presidente Michel Temer:
O presidente da Fundação e secretário-geral do PDT, Manoel Dias, reforçou
o alerta de Lupi ao traçar um paralelo entre o golpe político promovido no
Brasil e a destruição do legado trabalhista.
“No Brasil, a jovem democracia sofreu um atentado no ano passado. O atual
governo segue a cartilha do sistema financeiro e promove movimentações que
buscam destruir a Previdência e a CLT, além de correr para entregar o nosso
petróleo, que é a riqueza para emancipação do nosso povo”, alertou Dias, que
foi ministro do Trabalho e Emprego no governo da presidente Dilma Rousseff.
Registro
A foto abaixo mostra Leonel Brizola, em São Borja (RS), em 1994. Na
oportunidade, o líder do partido valorizou o Trabalhismo, ideologia política
alinhada ao socialismo, ao ostentar a rosa vermelha diante do túmulo do
ex-presidente da República, Getúlio Vargas.
Trajetória
Nascido em 17 de setembro de 1971, Motchane teve uma atuação marcante na
refundação Partido Socialista (PS) francês, em 1971, além de ocupar diversos
cargos institucionais, incluindo o de secretário internacional e de ação
cultural. No Parlamento Europeu, foi eleito deputado nas primeiras eleições por
sufrágio (direito de voto) universal, em 1979, onde ficou por dois mandatos.