EM 13 ANOS, GESTÕES PETISTAS
GASTARAM QUASE UM BILHÃO DE REAIS COM CARTÃO CORPORATIVO
INAUGURADOS POR APENAS 209, MAIS DE
10 MIL SERVIDORES USARIAM CARTÕES CORPORATIVOS EM 2008
O Banco do Brasil trata o “Cartão de Pagamento” como um instrumento que
desburocratiza bastante o pagamento de bens, serviços e despesas autorizadas
por parte do Governo Federal. E mais: “permite total acompanhamento das
despesas realizadas com os recursos do governo, facilita a prestação de contas
e oferece maior segurança às operações“. Contudo, na prática, a teoria é outra.
De acordo com o Portal da Transparência, em valores atualizados pelo
IPCA, de janeiro de 2003 a abril de 2016, as administrações petistas consumiram
R$ 969,5 milhões só com os chamados “cartões corporativos”. Deste montante, não
é informado o destino de 43,5% da verba (R$ 411,1 milhões) com a desculpa de
que seria “para garantia da segurança da sociedade e do Estado“.
Reeleito, o governo Lula seria o que mais abusaria do recurso, quando
gastaria em 2007 o que equivalia a R$ 130 milhões ao fim do governo Dilma. Mas
apenas 21,3% dessa quantia foi queimada sob sigilo. No ano seguinte, a imprensa
finalmente se pautaria pelo tema, transformando-o em escândalo, e a proporção
de despesas ocultas, que vinham em queda desde FHC, nunca mais seria a mesma.
Desde então, os recordes pertenceriam a dois anos eleitorais: em 2010, o
Executivo utilizaria R$ 117 milhõess; em 2014, nada menos que 53,5% dos R$ 74,7
milhões consumidos seriam mantidos em segredo.
Implementados em 2002, os Cartões de Pagamento do Governo Federal seriam
explorados por 60 servidores no último ano do segundo mandato de FHC. E
iniciariam o mandato de Lula atendendo às urgências de 209 funcionários
públicos. Mas só ganhariam as manchetes quanto 10.065 auxiliares do Planalto se
esbaldariam em 2008. Desde então, o número enfrentaria uma lenta queda, todavia
nunca abaixo dos 6.535 somados em 2015. No ano seguinte, em apenas quatro
meses, mesmo com férias, carnaval e semana santa, o que restava de governo
Dilma possibilitou a 3.287 funcionários fazerem uso de R$ 13,3 milhões destes
gastos diretos.
Cartões Corporativos
Naquele 2008, Matilde Ribeiro, petista à frente do Ministério da Promoção
da Igualdade Racial, seria demitida por ter sido ela a que mais explorara o
crédito fácil no ano anterior. Entretanto, gastos esdrúxulos, como reformas em
mesas de sinuca, presentes de camelô, compras de ursos de pelúcia ou mesmo
diárias no Copacabana Palace comprovariam que o desvio de funcionalidade era
enorme. Até mesmo Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do então presidente, seria
flagrada abocanhando R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007.
Em 2016, até o mês de abril, com R$ 4.148.971,99 utilizados, foi justo a
Presidência da República o órgão a mais explorar a ferramenta. Quase metade da
quantia cairia no colo da ABIN, a mesma ABIN que findaria sob suspeita de ter
espionado ministros do STF e membros da oposição, além do próprio presidente
Temer. Quanto aos R$ 1.938.399,73 utilizados nos últimos meses da gestão Dilma,
seguiam 100% sob sigilo naquele outono.
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