POR FALAR EM OPERAÇÃO DRÁCON, A QUANTAS ELA ANDA APÓS TANTAS DENÚNCIAS?
Drácon 3: Flagrados ocultando
provas, assessores de Celina e Bispo Renato são alvos de nova operação do MP
O Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios (MPDFT) após deflagrar a terceira etapa da
Operação Drácon, que apura esquema de cobrança de propina para aprovação de uma
emenda parlamentar destinada a pagamento de empresa na área de saúde. Dois
meses depois que o escândalo veio à tona, a Drácon 3 cumpre mandados de busca e
apreensão e de condução coercitiva em endereços dos servidores Sandro Vieira e
Alexandre Braga Cerqueira.
Esta nova fase está relacionada à
suspeita de que os servidores, ligados a membros da Mesa Diretora da Câmara
afastados por decisão judicial, teriam ocultado provas importantes antes da
deflagração da primeira etapa da Drácon. O objetivo seria obstruir as
investigações.
Os dois funcionários foram
flagrados pelo sistema de câmeras de segurança da Câmara retirando caixas de
documentos e equipamentos no mesmo andar onde funcionam os gabinetes da Mesa
Diretora.
Alexandre foi flagrado pelas
câmeras num sábado, dia 20 de agosto, às 10h30, e Sandro no dia 22 de agosto, véspera
da operação, por volta das 6h da manhã. A Operação Drácon foi realizada em 23
de agosto.
As medidas de hoje foram
autorizadas pelo desembargador José Divino, relator do caso no Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Os mandados são para cumprimento na
casa do Sandro, em Àguas Claras, e na lotérica de Alexandre, no Condomínio San
Diego, no Jardim Botânico.
Até a Drácon 1, Sandro Vieira era
assessor da presidente da Câmara, Celina Leão (PPS). Alexandre Cerqueira era
secretário-executivo da 3ª Secretaria, que tinha como titular o deputado Bispo
Renato (PR).
Os deputados Celina Leão, Bispo
Renato, Raimundo Ribeiro (PPS) e Júlio César (PRB) foram afastados da Mesa
Diretora por decisão do vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF,
desembargador Humberto Ulhôa. O deputado Cristiano Araújo (PSD) também é
investigado. Além deles, estão sob investigação o ex-presidente do Fundo de
Saúde Ricardo Cardoso e Alexandre Cerqueira.
O caso que ficou conhecido como
UTIGate teve origem em denúncia feita pela deputada Liliane Roriz (PTB), então
vice-presidente da Câmara Legislativa. Ela gravou uma conversa com Celina Leão
e outra com o ex-secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara Legislativa,
Valério Neves Campos. Os diálogos supostamente indicam uma negociação para
pagamento de dívidas do GDF com uma empresa de UTI.
Liliane entregou as gravações ao
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Por envolver deputados
distritais, que têm foro especial, as investigações são conduzidas pela
Procuradoria-geral de Justiça do DF. Todas as diligências são autorizadas pelo
Tribunal de Justiça do DF.
Ana
Maria Campos
CB.Poder