PETISTAS GANHAM DEMISSÃO A PARTIR DO DIA 11 DE MAIO.
PETISTAS
COMEÇAM A GANHAR PÉ NA BUNDA.
A dez dias
da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, a rotina no
Palácio do Planalto em nada se assemelha à resistência anunciada por movimentos
sociais, sob gritos de “Não vai ter golpe!”. Em gabinetes da sede do governo,
funcionários já encaixotam suas coisas e alguns tentam retornar para a
repartição pública de onde foram transferidos, os chamados “órgãos de origem”.
O medo do
desemprego agora ronda o Planalto, onde servidores já falam abertamente sobre a
troca de comando e a passagem de bastão para o vice-presidente Michel Temer. A
cena se repete na Esplanada.
Dos atuais
30 ministérios, 11 são controlados pelo PT. Atualmente, há em todo o governo
cerca de 20 mil cargos em comissão, batizados de DAS (Direção e Assessoramento
Superior). No fim do primeiro mandato de Dilma, somente a Presidência da
República abrigava 3.279 servidores, incluindo os que trabalhavam em pastas
como Casa Civil e Secretaria de Comunicação Social. Deste total, havia 1.020
DAS.
Os DAS
representam o contingente mais suscetível a corte, pois são cargos de livre
provimento. Na outra ponta, no comando dos ministérios, o entra e sai dos
últimos dias reflete o abandono de Dilma por antigos aliados, que deixaram o
governo atraídos pela expectativa de poder do PMDB.
Diante da
certeza de que será afastada por até 180 dias, a presidente já combinou com a
equipe a demissão coletiva. A ideia de Dilma é publicar uma edição extra do
Diário Oficial da União, assim que o Senado aprovar o impeachment, com a dispensa
de todos os ministros. Além disso, os secretários executivos também devem
entregar os cargos.
Na prática,
tudo está sendo preparado para que Temer, assumindo como interino, não tenha
transição de governo. “E cada vez que houver tentativa de desconstruir o que
construímos, vamos para o enfrentamento”, afirmou ao Estado o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, que ocupou a Casa Civil por 20 meses e mudou de
posto com a reforma administrativa, no ano passado, após muitos atritos com o
PMDB de Temer.
Mercadante
disse que, confirmado o cenário de impedimento da presidente, ficará com ela
até o julgamento final do Senado, previsto para setembro, mesmo sem cargo. Os
petistas apostam no desgaste de Temer à frente da administração e muitos
avaliam que, com o vice “emparedado”, Dilma poderá ser reconduzida ao Planalto
mais à frente.
“Estamos há
mais de treze anos no governo, mas se esquecem que temos pós-doutorado em
oposição”, comentou Mercadante, contabilizando o período em que o PT ocupou a
Presidência com Luiz Inácio Lula da Silva. “Imaginem o MST, a CUT e a UNE com
liberdade para gritar e protestar. É o que eles mais gostam de fazer.”
Desagravo
Os
ministros também planejam uma manifestação de solidariedade a Dilma no dia em
que ela for deposta pelo Senado. “Não vamos reconhecer um governo que não teve
origem democrática”, insistiu o titular da Educação.
A
estratégia de Lula e do PT, de agora em diante, consiste em colar em Dilma o
carimbo de “mulher injustiçada”, que foi apeada do poder por um “golpe”. É uma
narrativa que pode até servir para a campanha deste ano, quando haverá disputas
pelas Prefeituras, mas está sendo montada sob medida para se encaixar no
figurino de 2018.
Pragmático,
Lula se reaproximou dos movimentos sociais e com eles fará forte oposição a
Temer. Agora, só depende do desfecho da Operação Lava Jato para lançar sua
candidatura ao Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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