AGNELO “LÍNGUA DE TRAPO” CONTINUA A ATIRAR EM RODRIGO
ROLLEMBERG!
MAS NÃO VEM PRESTAR CONTAS DE SEU DESGOVERNO!
Confortavelmente
instalado em Miami desde que deixou o Palácio do Buriti, Agnelo Queiroz pouco
sai do casulo onde se esconde dos muitos credores. Vive como uma espécie de
fugitivo (não foragido) com vergonha do povo que ele governou por quatro anos e
de raros amigos remanescentes vítimas dos seus calotes.
Quando se
permite vir rapidamente ao Brasil, onde espera pisar de vez nos próximos 40
dias, Agnelo dá declarações sem anexo. Nessas ocasiões, bate na tecla negando
que tenha deixado o governo no vermelho. E diz, com leviandade, que os números
do sucessor Rodrigo Rollemberg estão errados.
O
ex-governador tentou se defender mais uma vez no fim de semana, em entrevista à
edição Brasília da revista Veja, concedida em São Paulo, onde ele esteve,
disse, para tratar de assuntos particulares. Agnelo atacou desafetos e jurou –
como neocristão –, que o rombo nas contas públicas é uma invenção de Rollemberg.
Procurado,
o Palácio do Buriti contestou mais uma vez o trambiqueiro de fornecedores do
governo e de amigos que confiaram nele. Assessores diretos de Rollemberg
consultados por Notibras manifestaram a crença de estar falando sobre o déficit
no caixa pela última vez.
- Agnelo
está passando por um falastrão. É preciso um mínimo de dignidade para assumir
os erros que cometeu. Ele foi irresponsável ao empenhar um dinheiro que não
tinha. Extrapolou os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e não pode sair
por aí dizendo que nossos cálculos são peça de ficção”, sentenciou um assessor
que entra no gabinete de Rollemberg sem precisar bater na porta.
Os dados
disponibilizados para Notibras são claros. Em pouco mais de dois meses de
gestão, Rollemberg cortou pela metade o número de cargos comissionados de
servidores sem vínculo com o Estado. O total de vagas ocupadas nessa condição
caiu de 8 mil 635, em setembro de 2014, para 4 mil 225. Nota-se, assim, redução
de 48,93% na contratação pela simples indicação política. Ao mesmo tempo,
outros 315 cargos com vínculo foram extintos. Somadas, essas medidas geraram
uma economia de 35 milhões 700 mil reais para os cofres do governo.
O mesmo
assessor palaciano lembra que o compromisso do governador sempre foi o de
reduzir em 60% os cargos em comissão ocupados por servidores sem vínculo. Isso
ficou claro no Decreto 36.236, deste ano. Hoje, este percentual está em 48,93%
e a expectativa é que alcance a meta nos próximos meses.
O
pensamento reinante no Palácio do Buriti é o de que, desconhecendo a nova
política de transparência e contenção de gastos, a oposição acusa o governo de
promover aumento global nas despesas com as contratações em comissão.
Um
raciocínio, porém, fácil de refutar. Não é preciso ser nenhum doutor em
administração pública para entender que Agnelo e seus defensores faltam com a
verdade quando enfatizam que o atual governo manipula os números.
A conta é
simples, se for levado em consideração que a
base comparativa para a análise é o mês de setembro de 2014, quando
Rollemberg assumiu o compromisso com a população. Só a título de ilustração,
basta lembrar que naquele mês, o custo global praticado pelo ex-governador
Agnelo Queiroz foi de 49 milhões 200 mil reais. Já em fevereiro de 2015, esse
custo caiu para 37 milhões 800 mil reais. Uma diferença respeitada superior a
11 milhões de reais, segundo dados oficiais do Sistema de Gestão de Recursos
Humanos.
Inexplicavelmente,
Agnelo não quer entender que o governo Rollemberg tem repetido e provado que os
seus fundamentos contábeis estão corretos. Nesse sentido, o secretário de
Gestão Administrativa e Desburocratização, Paulo Vogel, e o de Fazenda,
Leonardo Colombini, têm mostrado os números reais disponíveis no Tesouro.
Basta
lembrar a postura assumida por Colombini, em reunião com os deputados
distritais. “O governo não tem economizado esforços para equilibrar as contas,
mas não faz milagres. Se realmente tivesse dinheiro em caixa, o governador
anterior teria honrado os compromissos com os professores e fornecedores”,
disse o secretário de Fazenda.
Quem se der
ao trabalho de se debruçar sobre a realidade dos cofres públicos e nas mudanças
introduzidas no quadro de gestão administrativa, vai verificar que o novo
modelo tem sido usado de má fé pelos aliados de Agnelo para confundir a opinião
pública em detrimento da imagem de Rollemberg.
Alguns
exemplos mostram como os dados foram manipulados para atacar a nova gestão. A
oposição tem dito que a remuneração acima de R$ 3 mil aumentou, o que é
verdade. No entanto, este aumento foi de 527 cargos e não de 620, como
apontaram os críticos da nova política.
O
desconhecimento da reforma administrativa também foi usado para desvirtuar
dados. Na estrutura da Casa Civil, para citar mais um exemplo, foi dito que no governo
passado os cargos eram em número de 411. Nesse quesito há uma presumida
leviandade, com os opositores chegando a manipular dados, uma vez que o número
correto era de 557, ao custo de R$ 2.086.977,02. No governo Rollemberg, os
cargos foram reduzidos a 409, com uma folha de 2 milhões 78 mil reais.
Nessa
guerra de nervos que os assessores de Rollemberg esperam vencer com um nocaute
rápido, Chico Vigilante é ironicamente apresentado como o desinformado
porta-voz de Agnelo Queiroz. Para o Palácio do Buriti, é um equívoco o deputado
do PT dizer que o “Governo Rollemberg aumenta em mais de meio milhão de reais
as despesas com cargos em comissão e funções de confiança”.
Ninguém
melhor do que o secretário de Gestão Paulo Vogel para desmontar os números ponto
a ponto. O deputado diz que “houve apenas uma redução de 976 cargos entre o
governo Agnelo Queiroz e o atual Governo, com aumento de custo total de R$ 542
mil, comparando com a situação de cargos em dezembro de 2014”. Vogel aponta que
fevereiro são 19.313 cargos e não 19.862, como alardeia Chico Vigilante.
– O
comparativo que importa aos cofres públicos não é pela quantidade de cargos
existentes, mas sim pela quantidade de cargos ocupados, pois cargos vacantes
não geram despesas ao erário, observa Vogel. E explica: “Em fevereiro existiam
3.664 cargos vagos dentre os 19.862, totalizando 15.649 cargos ocupados”.
Para Vogel,
o compromisso do governador não foi a redução de 60% de todos os cargos em
comissão, mas sim a redução de 60% dos cargos em comissão sem vínculo com a
administração pública. “A base de comparação para a redução acima não é
dezembro de 2014, mas sim setembro, quando foi firmado o compromisso”,
esclarece.
A
matemática pode até não ser uma ciência exata. Mas, respeitados os números
existentes, não resta dúvida de que os cofres do Buriti, quando estavam sob a
administração de Agnelo, foram transformados em um verdadeiro saco sem fundo.
José Seabra