A INCRÍVEL DUPLICIDADE MORAL DAS ESQUERDAS.
Venezuela, mais uma vez, e enquanto durar o massacre.
Paulo Roberto de Almeida
"A Venezuela, Dilma, Mujica, o “Porco Fedorento” e um fundamento
moral dos esquerdistas: pode matar pessoas nas ruas, desde que sejam as pessoas
certas…"
A artista gráfica venezuelana Calavera teve um ideia simples,
objetiva, clara e eficiente: confeccionou cartazes que lembram o que diziam
ontem alguns líderes latino-americanos e o que dizem hoje; o que chamavam, no
passado, de “ditadura” e o que chamam, no presente, de democracia. Ainda que
haja alguma imperfeição na análise (já explico por quê), as peças são
poderosas. Expõem, de maneira desconcertante, a duplicidade moral das
esquerdas. As estrelas dos cartazes são os presidentes Dilma Rousseff (Brasil),
José “Pepe” Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina). Vejam as imagens.
Volto em seguida.
Dilma e Mujica são ex-presos políticos. Na sua biografia oficial, consta que combateram a ditadura militar de seus respectivos países. É o passado que aparece em preto e branco, na metade à esquerda da montagem. Vemos ali forças de segurança reprimindo manifestações de rua. O tempo passou, os dois abandonaram a luta armada e se tornaram presidentes da República por intermédio do voto direto. E, ora vejam, são apoiadores incondicionais de uma ditadura, não exatamente militar, mas militaresca.
Que se note: mesmo os regimes militasres mais discricionários da América Latina não contaram com milícias civis armadas em larga escala, como as que atuam hoje na Venezuela. Havia, sim, grupos paramilitares assassinos — e isso é lixo político e moral, como sabe qualquer pessoa razoável. Mas tinham um alcance menor do que o esquema montado pelo chavismo na Venezuela. Em 21 anos, a ditadura militar brasileira fez, em números superestimados, 424 vítimas — incluindo os guerrilheiros do Araguaia. Por razões comprovadamente políticas, são 293 as vítimas. Houve tortura, assassinatos, desaparecimentos. Não se trata de dizer se é muito ou pouco. É só absurdo! Quem, já rendido, morreu nas mãos do estado foi vitima de um crime. Mas sigamos. Em pouco mais de um mês — os protestos na Venezuela começaram no dia 4 de fevereiro —, o próprio governo admite que já morreram 28 pessoas.
Dilma e Mujica são ex-presos políticos. Na sua biografia oficial, consta que combateram a ditadura militar de seus respectivos países. É o passado que aparece em preto e branco, na metade à esquerda da montagem. Vemos ali forças de segurança reprimindo manifestações de rua. O tempo passou, os dois abandonaram a luta armada e se tornaram presidentes da República por intermédio do voto direto. E, ora vejam, são apoiadores incondicionais de uma ditadura, não exatamente militar, mas militaresca.
Que se note: mesmo os regimes militasres mais discricionários da América Latina não contaram com milícias civis armadas em larga escala, como as que atuam hoje na Venezuela. Havia, sim, grupos paramilitares assassinos — e isso é lixo político e moral, como sabe qualquer pessoa razoável. Mas tinham um alcance menor do que o esquema montado pelo chavismo na Venezuela. Em 21 anos, a ditadura militar brasileira fez, em números superestimados, 424 vítimas — incluindo os guerrilheiros do Araguaia. Por razões comprovadamente políticas, são 293 as vítimas. Houve tortura, assassinatos, desaparecimentos. Não se trata de dizer se é muito ou pouco. É só absurdo! Quem, já rendido, morreu nas mãos do estado foi vitima de um crime. Mas sigamos. Em pouco mais de um mês — os protestos na Venezuela começaram no dia 4 de fevereiro —, o próprio governo admite que já morreram 28 pessoas.
Não me surpreende: a esquerda sempre soube ser mais letal. Ora, como ignorar
que os grupelhos extremistas no Brasil, meia-dúcia de gatos pingados, mataram
pelo menos 120 pessoas — nessa lista, não estão mortos em combate, não! Essas
120 pereceram em ataques terroristas.
E aqui lembro a única imperfeição da arte
de Calavera, embora isso não diminua a pertinência do seu trabalho: os que hoje
protestam na Venezuela estão, de fato, pedindo democracia. Não era o caso de
Dilma.
Não era o caso de Mujica. Eles eram terroristas e pretendiam implementar
em seus respectivos países uma ditadura comunista.
Assim, a luta do povo venezuelano, hoje, é muito mais moral do que eram a de
Dilma e a de Mujica. Eles queriam ditaduras com sinal trocado. A população da
Venezuela quer um regime democrático. No passado, era possível repudiar a
“luta” da dupla também por bons motivos, Tratava-se do confronto de forças
opostas em si, mas combinadas na malignidade. No caso venezuelano, no entanto,
não: opor-se às reivindicações da população corresponde a renegar o regime de
liberdades públicas. Ou por outra: Dilma e Mujica continuam a se alinhar com a
ditadura.
A VEJA desta semana traz uma excelente reportagem sobre a Venezuela. Um dos textos, sobre Che Guevara, o “Porco Fedorento”, vai ao ponto. Ilustra de modo inequívoco, a farsa moral esquerdista. Observem como a linha de, vá lá, raciocínio de Che é a que orienta hoje a escolha de Dilma, Mujica, Cristina e outros “líderes” latino-americanos. Reproduzo o texto, publico um vídeo e volto para encerrar.
*
Imagine qual seria a reação se, em 1974, o general presidente do Brasil Emílio Garrastazu Médici ocupasse a tribuna diante da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e afirmasse: “Temos que dizer aqui o que é uma verdade conhecida. Torturas, sim! Temos torturado: torturamos e vamos continuar torturando enquanto for necessário”.
Médici seria, justamente, execrado como um ditador. Em dezembro de 1964, porém, o argentino Ernesto Guevara, que, com o apelido de “Che”, ajudou Fidel Castro no triunfo do golpe comunista em Cuba, foi à ONU e confessou: “Nosotros tenemos que decir aquí lo que es una verdad conocida: fusilamientos, sí, hemos fusilado; fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario”.
Já se passavam seis anos da tomada do poder pelos comunistas em Cuba, e Guevara confessava que continuava em plena operação e sem data para arrefecer sua máquina de assassinatos políticos na prisão de La Cabaña. Seis anos de execuções sumárias de vítimas que chegavam ao paredão exauridas, pois delas se tirava até parte do sangue para transfusões.
Este que está pondo a venda nos olhos do rapaz que vai ser executado é Raúl Castro quando jovem.
O tarado moral é hoje presidente de Cuba. Era um dos mais eloquentes na solenidade que marcava um ano da morte de Chávez, há alguns dias. Foi nesse evento que Nicolás Maduro convocou as milícias armadas a sair às ruas.
AGORA IMAGINE ESTA CENA:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/
A VEJA desta semana traz uma excelente reportagem sobre a Venezuela. Um dos textos, sobre Che Guevara, o “Porco Fedorento”, vai ao ponto. Ilustra de modo inequívoco, a farsa moral esquerdista. Observem como a linha de, vá lá, raciocínio de Che é a que orienta hoje a escolha de Dilma, Mujica, Cristina e outros “líderes” latino-americanos. Reproduzo o texto, publico um vídeo e volto para encerrar.
*
Imagine qual seria a reação se, em 1974, o general presidente do Brasil Emílio Garrastazu Médici ocupasse a tribuna diante da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e afirmasse: “Temos que dizer aqui o que é uma verdade conhecida. Torturas, sim! Temos torturado: torturamos e vamos continuar torturando enquanto for necessário”.
Médici seria, justamente, execrado como um ditador. Em dezembro de 1964, porém, o argentino Ernesto Guevara, que, com o apelido de “Che”, ajudou Fidel Castro no triunfo do golpe comunista em Cuba, foi à ONU e confessou: “Nosotros tenemos que decir aquí lo que es una verdad conocida: fusilamientos, sí, hemos fusilado; fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario”.
Já se passavam seis anos da tomada do poder pelos comunistas em Cuba, e Guevara confessava que continuava em plena operação e sem data para arrefecer sua máquina de assassinatos políticos na prisão de La Cabaña. Seis anos de execuções sumárias de vítimas que chegavam ao paredão exauridas, pois delas se tirava até parte do sangue para transfusões.
Este que está pondo a venda nos olhos do rapaz que vai ser executado é Raúl Castro quando jovem.
O tarado moral é hoje presidente de Cuba. Era um dos mais eloquentes na solenidade que marcava um ano da morte de Chávez, há alguns dias. Foi nesse evento que Nicolás Maduro convocou as milícias armadas a sair às ruas.
Com o apoio de Dilma.
Com o apoio de Mujica.
Com o apoio de Cristina, entre outros.
Com o apoio de Mujica.
Com o apoio de Cristina, entre outros.
AGORA IMAGINE ESTA CENA:
Imagine qual seria a reação se, em 1974, o general presidente
do Brasil Emílio Garrastazu Médici ocupasse a tribuna diante da Assembleia
Geral das Nações Unidas, em Nova York, e afirmasse: “Temos que dizer aqui o que
é uma verdade conhecida. Torturas, sim! Temos torturado: torturamos e vamos
continuar torturando enquanto for necessário”. Médici seria, justamente,
execrado como um ditador. Em dezembro de 1964, porém, o argentino Ernesto
Guevara, que, com o apelido de “Che”, ajudou Fidel Castro no triunfo do golpe
comunista em Cuba, foi à ONU e confessou: “Nosotros tenemos que decir aquí lo
que es una verdad conocida: fusilamientos, sí, hemos fusilado; fusilamos y
seguiremos fusilando mientras sea necesario”.
Já se passavam seis anos da
tomada do poder pelos comunistas em Cuba, e Guevara confessava que continuava
em plena operação e sem data para arrefecer sua máquina de assassinatos
políticos na prisão de La Cabaña.
Seis anos de execuções sumárias de vítimas
que chegavam ao paredão exauridas, pois delas se tirava até parte do sangue
para transfusões. Seis anos, e dissidentes continuavam a ser fuzilados. Guevara
foi o único guerrilheiro a matar muito mais gente de mãos atadas e olhos
vendados do que em combate — que, ao contrário da lenda, ele evitava ainda mais
do que o banho.
Qual foi a reação naquele instante em que permaneciam na
audiência uma maioria de representantes de países “não-alinhados”, eufemismo
para “pró-soviético”?
Guevara foi aplaudido por 36 segundos.
No New York Times
do dia seguinte, o redator, mesmerizado, fingiu que não ouviu a confissão de
assassinato de Guevara, descrito como “versátil”, “economista autodidata” e
“revolucionário completo”. A duplicidade ética não é uma exclusividade das
esquerdas. Apenas elas são inexcedíveis nesse truque que, apesar de velho,
ainda funciona. O ensurdecedor silêncio enquanto jovens mártires venezuelanos
são torturados e mortos nas ruas é prova disso.
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E finalmente:
As ditadura militares conseguiram ligar à direita conceitos
de autoritarismo, tortura, golpes, etc, o que praticamente impede que hoje
tenhamos partidos alinhados à direito, por receio dos políticos de serem
ligados àqueles conceitos. A democracia levou os esquerdistas ao poder em
vários países e o grande dilema hoje é saber se a própria democracia terá
forças suficiente para alijá-los do poder e se isso for feito surgirá também
esse "preconceito" contra a esquerda, pois os esquerdistas estão destruindo
os países que governam. O que virá depois? Chegaremos a um meio termo ou
teremos novos rompimentos da ordem democrática?
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