O comando do 1º Distrito Naval da Marinha, no Rio de Janeiro,
suspendeu pregão para a compra de bebidas e alimentos e determinou a abertura
de sindicância destinada a investigar o negócio. O objetivo é apurar se, na
preparação da compra para o Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA),
conhecido como Quartel dos Marinheiros, houve excessos na quantidade e no
orçamento estimados.
A operação incluiu mais de 180 mil garrafas de bebida
alcoólica de 29 tipos em uma lista que contava com 588 itens, como carnes,
verduras, biscoitos e água mineral. A medida foi comunicada na noite de
sexta-feira depois que o jornal O
Estado de S. Paulo questionou a Força com base em informações do
site ComprasNet, do governo federal.
Entre os produtos que seriam licitados estão 2.574 garrafas
de "aguardente/ caninha, incolor, similar a 51"; 131.200 latas de
cerveja "similar Skol ou Brahma" e 3.045 garrafas de 900 a 1000 ml de
conhaque "similar a Dreher". Há ainda dez tipos de licor: de 215
garrafas de Amarula a 150 frascos de Frangelico, passando por outros produtos,
como Curaçau Blue, creme de cassis e Cointreau (139 garrafas cada) e licor de
cacau similar a Stock (277 unidades). Há ainda espaço para vinhos: 1.025
garrafas de 750 ml de branco seco, 347 de porto e 3.380 de tinto. O pedido
inclui uísque (1.053 litros de escocês similar a Johnnie Walker Red Label oito
anos, e 907 litros do uísque 12 anos), além de Martini, rum, vodca, saquê,
vermute (este, Cinzano, 187 garrafas).
Na primeira nota que enviou ao jornal, na qual não se referia
à suspensão do pregão nem à sindicância, a Marinha afirmou que a lista dos
itens e seus quantitativos são alternativas para a compra. Segundo o texto,
"a Administração Pública que gerenciou o Pregão não está obrigada a
adquirir o material registrado". "Nessa sistemática de compra tipo
Registro de Preços, o licitante fica obrigado a fornecer o material registrado
durante o período de doze meses. Por outro lado, a Administração Pública que
gerenciou o Pregão não está obrigada a adquirir o material registrado."
Ainda de acordo com o texto da Força, "a lista dos itens e seus quantitativos
são alternativas para a compra de 12 Organizações Militares da Marinha".
O Estado de São Paulo.