Os demos no inferno;
até o diabo rejeita
Do Blog do Miro
Por Altamiro
BorgesVários estudos indicam que os demos – ex-Arena e ex-PDS no período na
ditadura militar e ex-PFL no reinado neoliberal de FHC – caminham para o
inferno na eleição deste domingo. O Diap (Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar) estima que o partido perderá cerca de 20 deputados e
elegerá só dois senadores. Reportagem do Jornal do Brasil, intitulada “A
derrocada do DEM”, foi ainda mais dura nas previsões e já antecipa o fim desta
legenda da direita nativa. Segundo a jornalista Ana Paula Siqueira, “se antes
era um dos maiores partidos do país, sempre presente nos governos, hoje o
Democratas (DEM) amarga a redução de seu poder. Nas últimas eleições, o número
de candidatos eleitos pela legenda diminuiu gradativamente. E, caso as urnas
mantenham o que indicam as pesquisas eleitorais, o alcance do partido será
ainda menor depois de 3 de outubro. Membros da legenda reconhecem a necessidade
de mudança para alterar esse quadro e, entre as possibilidades, está o fim da
dependência do PSDB” e o próprio fim da sigla.A crise da direita nativaDos
quatro candidatos a governador pelo partido, apenas dois teriam chances reais
de ganhar: os senadores Raimundo Colombo, em Santa Catarina, e Rosalba
Ciarlini, no Rio Grande do Norte. “Já entre os 12 candidatos da legenda ao
Senado, apenas três podem alcançar a vitória: José Agripino Maia (RN), Marco
Maciel (PE) e Demóstenes Torres (GO), único na legenda a liderar as intenções
de voto para o cargo”, afirmou a repórter. Pesquisas recentes, no entanto, indicam
que o “senador desde o império”, Marco Maciel, já dançou em Pernambuco.A
situação dos demos reflete bem a crise da direita brasileira. Fisiológico e
corrupta, ela cresceu no período da ditadura, mamando nas tetas do Estado. Já
na fase destrutiva do neoliberalismo, no reinado de FHC, ela virou apêndice da
“burguesia moderna” do PSDB e tirou as suas vantagens eleitorais. A partir da
eleição de Lula, o definhamento foi acelerado. Ela ainda tentou se travestir de
ética. Mas, aos poucos, caiu a máscara destes direitistas, mais sujos do que
pau de galinheiro. A reportagem do Jornal do Brasil descreve em detalhes esta
trajetória declinante e fúnebre:Declínio e extermínio“Em 1998, o partido
conseguiu eleger 152 deputados estaduais e uma bancada de 90 federais. Apesar
de contarem com apenas cinco senadores, nove governadores foram eleitos naquele
ano. Em 2002, os resultados pioraram. Enquanto 111 deputados estaduais foram
eleitos, 41 a menos que no pleito anterior, a bancada federal caiu para 73
parlamentares. O número de governadores eleitos diminuiu para cinco. Mas, em
compensação, 14 senadores foram eleitos. Nas eleições passadas, a tendência de
queda se manteve com a eleição de 98 estaduais, 54 federais, seis senadores e
um único governador” – José Roberto Arruda, no Distrito Federal.A prisão do
demo Arruda abalou ainda mais as expectativas do partido para este ano e
enterrou de vez seu falso discurso ético. Já a indicação do deputado Índio da
Costa, batizado de “indiota”, para vice de José Serra, confirmou as graves
limitações da legenda. Ela envelheceu e seus novos dirigentes, na maioria
filhos dos ex-coronéis do partido, são inexpressivos. A sigla é vista como um
apêndice servil do PSDB. Na opinião de diversos especialistas, o DEM não tem
mais futuro. O diabo, preocupado, já criticou o uso do apelido demos e avisou
que não há vagas no inferno..

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