JAQUELINE RORIZ TEM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO NEGADO POR MATÉRIA
PUBLICADA NO JORNAL DE BRASÍLIA
JAQUELINE
RORIZ, a federal da propina perdeu para o Jornal de Brasília na justiça do DF.
Juiz privilegiou o direito de livre informação da imprensa. A Justiça acertou
nesta.
Ela que chorou e riu quando foi absolvida, graças aos esforços do seu pai, não deve ter gostado da decisão da Justiça do DF.
Jaqueline Roriz teve negado o seu
pedido de reparação por danos morais por ter tido seu nome vinculado ao esquema
de corrupção descoberto pela Polícia Federal na operação Caixa de Pandora, em
matéria do Jornal de Brasília e assinada pela jornalista Natasha Dal Molin, em
25 de agosto de 2010.
Na matéria, Jaqueline Roriz aparece como
suposta beneficiária do esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal,
no qual deputados distritais receberiam pagamento para votarem a favor de
projetos de interesse do governo.
O Jornal de Brasília alegou, em sua defesa,
que as informações são verídicas e fazem parte da operação policial destinada a
apurar denúncias de corrupção dentro do GDF e que o nome de Jaqueline Roriz
constava em uma planilha com o rol de diversos deputados beneficiados. E o
Jornal disse ainda que a deputada foi ouvida pela jornalista e sua manifestação
foi publicada.
Em sua sentença, o Juiz afirma que
a questão é "saber se a matéria jornalística divulgada pelos réus
ultrapassou os limites da liberdade de imprensa e do direito de crítica".
Segundo o magistrado, a jornalista "narra um suposto esquema de corrupção
que ainda, à época, estava pendente de investigação (...). Ora, se o nome da
autora figurava em documentos periciados pelo órgão investigativo, a ilação não
era totalmente desarrazoada, e, portanto, inapta a gerar indenização por dano
moral".
Mais adiante, o juiz ainda afirma
que mesmo que a notícia não correspondesse à realidade, "ela também não
possui o condão de causar dano moral, isto porque no conflito do direito do
autor com a liberdade de imprensa e de opinião, deve ser prestigiada esta
última em razão da supremacia do interesse publico".
O juiz negou o prosseguimento da
ação e condenou Jaqueline Roriz ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios fixados em R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) para
cada um dos réus, no caso o Jornal de Brasília e a jornalista.
A COISA FOI ASSIM:
Deputados votam em causa própria e
salvam Jaqueline
(AGOSTO 31, 2011) Jornal de Brasília.
Filmada recebendo dinheiro do Mensalão do DEM em Brasília, a parlamentar escapou da cassação por larga vantagem. Parlamentares temiam que punição abrisse precedentes.
Gabriel Castro
A deputada Jaqueline Roriz chora no
plenário, durante a sessão que votava a cassação de seu mandato (Valter
Campanato/ABr)
A Câmara dos Deputados perdeu nesta
terça-feira mais uma chance de melhorar a desgastada imagem do Congresso: os
deputados livraram Jaqueline Roriz (PMN-DF) da cassação. Prevaleceu o instinto
de sobrevivência na hora de julgar a colega que foi filmada recebendo dinheiro
do Mensalão do DEM, em 2006. Foram 265
votos contra, 166 votos a favor e 20 abstenções. Outros 62 parlamentares
não compareceram.
O resultado foi anunciado às 20h13.
Os deputados consolidaram, assim, a tese de que fatos anteriores ao mandato não
podem ser usados para punir um parlamentar. Dessa forma, a vergonhosa
absolvição de Jaqueline consolida uma jurisprudência e abre as portas para
novos episódios de impunidade. A deputada foi flagrada recebendo maços de
dinheiro do operador do Mensalão do DEM, Durval Barbosa, em 2006.
Jaqueline Roriz não permaneceu em
plenário para assistir ao desfecho da votação. O anúncio do resultado foi
acompanhado por vaias de manifestantes que acompanhavam a sessão das galerias
da Câmara.
Argumentos - Carlos Sampaio
(PSDB-SP), relator do caso, iniciou a leitura de seu parecer às 17h30. "Se
viéssemos a saber no dia de hoje que determinado parlamentar praticou
pedofilia, que ele matou, que ele estuprou, o que essa Casa iria dizer à
sociedade brasileira?", indagou o tucano, que sugeriu a cassação. O
relatório dele havia sido aprovado por 11 votos a 3 no Conselho de Ética da
Câmara.
Sampaio se exaltou ao lembrar que
Jaqueline Roriz defendera a cassação de Eurides Brito (PMDB), deputada
distrital filmada recebendo dinheiro nas mesmas condições: "Quanta
desfaçatez, chamar de cara de pau, de mau caráter, dizer que a cidade sangra
por alguém que cometeu a mesma conduta valendo-se apenas do privilégio de que
as imagens não teriam sido divulgadas à época”, criticou o relator.
Cinismo - Em seu discurso, a
deputada pouco falou a respeito das acusações: fez um pronunciamento
sentimentalista: "Esse julgamento histórico, haverá de prevalecer o
respeito à pessoa humana e o respeito às leis deste país", disse ela. A
parlamentar criticou os interesses dos que a acusam e querem "se
apresentar como paladinos da moralidade".
A filha do ex-governador Joaquim
Roriz não negou ter recebido dinheiro de origem ilícita. Prendeu-se apenas a um
detalhe técnico: "Em 2006, eu era uma cidadã comum, não era deputada nem
funcionária pública. Portanto, não estava submetida ao Código de Ética da
Câmara”, afirmou.
Jaqueline estava em dúvida se
deveria discursar: decidiu subir à tribuna pela primeira vez em seu mandato
para não cometer um gesto que desagradasse os colegas. Ao fim do discurso, ela
foi vaiada por manifestantes que ocupam as galerias da Casa. O advogado Eduardo
Alckmin falou antes de Jaqueline. Ele sustentou a tese de que a punição não
poderia ser aplicada porque, quando recebeu o dinheiro sujo, a deputada ainda
não ocupava cargo público.
AH! E NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE ELA NÃO ESTAVA SÓ!
É fato conhecido que a deputada distrital Celina Leão (PSD) sempre teve relação estreita com a família Roriz. Hoje deputada e presidente da Comissão de Ética da Câmara Legislativa (CL-DF), ontem chefiou o gabinete da então distrital, Jaqueline Roriz (PMN), uma das estrelas principais dos filmes de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM.
Entre 2008 e 2009, a empresa Entec Engenharia e Consultoria, em nome de Marconi Edsom Faleiro Ferreira, irmão do marido de Celina, faturou alto para prestar serviços à Administração de Samambaia - reduto da família Roriz.
Para reformar praças, paradas de ônibus e calçadas a Entec recebeu R$ 666 mil. O Ministério Público investigou e declarou que havia indícios de fraude nos contratos. O Tribunal de Contas (TC-DF) analizou o processo e também reconheceu as irregularidades.
ESQUEMA
Para facilitar o esquema, a Administração fracionava as licitações e requisitava serviços de até R$ 150 mil, valor esse que pode ser licitado por meio de carta convite, modalidade menos rigorosa que as licitações convencionais para beneficiar a Entec.
NEPOTISMO
O jornal Correio Braziliense denunciou que há época em que Celina Leão era chefe de gabinete de Jaqueline ela usou da influência de chefia para empregar a mãe, dois irmãos e uma cunhada na Câmara Legislativa.
O jornal Correio Braziliense denunciou que há época em que Celina Leão era chefe de gabinete de Jaqueline ela usou da influência de chefia para empregar a mãe, dois irmãos e uma cunhada na Câmara Legislativa.
FERNANDO GABEIRA E SUA OPINIÃO SOBRE O CASO JAQUELINE:
Por Fernando Gabeira, em seu blog
Nesses minutos de espera para a viagem de volta ao Brasil, não posso deixar de expressar minha tristeza com o resultado da votação de ontem na Câmara: por 265 votos a 166, a deputada Jaqueline Roriz foi absolvida.
Acusada de corrupção, com um vídeo mostrando como recebeu o dinheiro, Roriz foi absolvida pelos deputados com o argumento de que isso se passou antes de seu mandato federal.
A causa dessa decisão é a cumplicidade entre deputados. Mas a cumplicidade só se manifesta porque o voto é fechado. Em 2006 aprovamos, em primeiro turno, o voto aberto para a cassação de deputados. O segundo turno jamais foi votado.
Quando se aprovou pela primeira vez o voto aberto , havia uma pressão social e presença muito forte da imprensa. Alguns jornais dizem que isso se deu na esteira do mensalão. Mas o que realmente impulsionou a decisão foi o caso dos sanguessugas, deputados e empresas que negociavam ambulâncias superfaturadas.
Por que não se votou jamais o segundo turno? Porque se formou uma coalizão poderosa, cimentada pelo próprio governo. Uma das condições para se obter a simpatia dos deputados é, precisamente, a tolerância com casos de corrupção.
O deputado Carlos Sampaio(PSDB-SP), relator do processo, disse que vai pedir ao presidente Marco Maia para recolocar o voto aberto na pauta. Maia dirá que sim, que vai estudar o assunto.
No entanto, nada sairá. A minoria na Câmara só avança empurrada pela imprensa e com apoio da sociedade. Imaginem que na primeira votação, o voto aberto ganhou por unanimidade, com apenas duas abstenções.
Como explicar isso? É que para votar a matéria o processo era de voto aberto. Ninguém queria aparecer bloqueando esta decisão essencial.
A foto do líder do governo Cândido Vaccareza cumprimentando Jaqueline Roriz não é acidental. Não sabemos como ele votou. Mas o afago serve apenas para reforçar a ideia de que o governo concorda com o processo escolhido pelos deputados que é o de tolerância máxima .
Com voto fechado, os deputados absolvem até Hitler. Cassação ali é um tabu. Só em caso extremo, para salvar a pele de todos.
Acusada de corrupção, com um vídeo mostrando como recebeu o dinheiro, Roriz foi absolvida pelos deputados com o argumento de que isso se passou antes de seu mandato federal.
A causa dessa decisão é a cumplicidade entre deputados. Mas a cumplicidade só se manifesta porque o voto é fechado. Em 2006 aprovamos, em primeiro turno, o voto aberto para a cassação de deputados. O segundo turno jamais foi votado.
Quando se aprovou pela primeira vez o voto aberto , havia uma pressão social e presença muito forte da imprensa. Alguns jornais dizem que isso se deu na esteira do mensalão. Mas o que realmente impulsionou a decisão foi o caso dos sanguessugas, deputados e empresas que negociavam ambulâncias superfaturadas.
Por que não se votou jamais o segundo turno? Porque se formou uma coalizão poderosa, cimentada pelo próprio governo. Uma das condições para se obter a simpatia dos deputados é, precisamente, a tolerância com casos de corrupção.
O deputado Carlos Sampaio(PSDB-SP), relator do processo, disse que vai pedir ao presidente Marco Maia para recolocar o voto aberto na pauta. Maia dirá que sim, que vai estudar o assunto.
No entanto, nada sairá. A minoria na Câmara só avança empurrada pela imprensa e com apoio da sociedade. Imaginem que na primeira votação, o voto aberto ganhou por unanimidade, com apenas duas abstenções.
Como explicar isso? É que para votar a matéria o processo era de voto aberto. Ninguém queria aparecer bloqueando esta decisão essencial.
A foto do líder do governo Cândido Vaccareza cumprimentando Jaqueline Roriz não é acidental. Não sabemos como ele votou. Mas o afago serve apenas para reforçar a ideia de que o governo concorda com o processo escolhido pelos deputados que é o de tolerância máxima .
Com voto fechado, os deputados absolvem até Hitler. Cassação ali é um tabu. Só em caso extremo, para salvar a pele de todos.