Em 2005, o empresário sueco-britânico Johan Eliasch comprou cerca de 400 mil acres de floresta amazônica (aprox. 1.600 km²) no Brasil. O objetivo declarado não era explorar madeira ou abrir pasto, mas conservar a mata em pé. 

A compra foi feita por meio da aquisição da empresa madeireira Gethal Amazonias, que detinha grandes áreas de floresta e operava no setor de compensados. Depois de assumir o controle, Eliasch mandou encerrar as operações de corte de madeira e passou a defender que a floresta gerasse valor justamente por continuar preservada. 

O gesto ganhou destaque internacional porque mostrava uma estratégia pouco comum: em vez de investir em fazendas ou mineração, um bilionário estava usando o próprio dinheiro para comprar terras e impedir o desmatamento. Checagem publicada pelo site Snopes, especializada em verificar boatos virais, confirma que a compra das 400 mil acres realmente aconteceu e que o propósito declarado era a conservação. 

A história de Eliasch na Amazônia se conecta com outras iniciativas ambientais. Ele criou a organização Rainforest Trust e cofundou a ONG Cool Earth, focada em apoiar comunidades que vivem na floresta para que possam proteger seu território. Também foi convidado pelo então primeiro-ministro britânico Gordon Brown para produzir o Eliasch Review, um relatório sobre como o financiamento internacional pode ajudar a reduzir o desmatamento. 

A trajetória, porém, não ficou livre de controvérsia. Em 2008, o órgão ambiental brasileiro Ibama multou a empresa Gethal por supostas irregularidades em planos de manejo florestal, em um processo que ganhou manchetes como se fosse “desmatamento ilegal” ligado ao bilionário. Anos depois, o próprio Ibama cancelou administrativamente as multas, e o caso foi encerrado em 2013 sem punição à empresa, com a justificativa de que não havia base legal para manter as sanções, inclusive porque parte das supostas irregularidades vinha de antes da compra por Eliasch. 

Mesmo com esses debates, o núcleo da história que aparece nos posts virais está correto:
um milionário sueco comprou cerca de 400 mil acres de floresta amazônica e declarou que fazia isso para evitar que a área fosse destruída. O tamanho é pequeno em relação à Amazônia como um todo, mas o caso se tornou um exemplo simbólico de como grandes fortunas podem ser usadas, pelo menos em parte, para proteger ecossistemas em vez de explorá-los.

📚 Fontes 
 1. Snopes – fact-check sobre Johan Eliasch e a compra de 400 mil acres na Amazônia. 
 2. Wikipedia (EN/PT) – “Johan Eliasch”, com detalhes sobre a criação do Rainforest Trust, Cool Earth e a área de 400 mil acres na Amazônia. 

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