Ela nasceu na dinastia mais poderosa dos Estados Unidos — mas destinada a se tornar seu segredo mais cruel. Rosemary Kennedy, nascida em 1918, era a filha querida de Joseph e Rose Kennedy, mas desde cedo ficou claro que ela não era como seus irmãos brilhantes e ambiciosos. Gentil, bondosa e sempre ansiosa por agradar, Rosemary tinha um desenvolvimento mais lento, provavelmente devido a complicações no parto. Suas diferenças eram mantidas em segredo, escondidas atrás da fachada polida de uma família obcecada por poder e reputação.

​À medida que envelhecia, porém, suas dificuldades se tornaram impossíveis de disfarçar. Aos vinte e poucos anos, as oscilações de humor e o comportamento impulsivo de Rosemary alarmaram o pai. Joseph Sr. temia que um escândalo pudesse prejudicar o crescente império político dos Kennedy. Assim, em 1941, ele fez uma escolha assustadora — que mudaria a vida de sua filha para sempre. Sem contar à esposa ou aos filhos, ele autorizou os médicos a realizarem uma lobotomia, um novo procedimento controverso, vendido na época como a cura para doenças mentais.

​A operação foi uma catástrofe total. Em vez de acalmá-la, a cirurgia reduziu Rosemary ao estado mental de uma criança: incapaz de andar, falar com clareza ou cuidar de si mesma. Os Kennedy, obcecados pela imagem pública perfeita, rapidamente a removeram de vista. Ela foi internada em uma instituição em Wisconsin, sendo efetivamente apagada da vida familiar, com seu nome mal pronunciado por décadas.
​Foi somente anos depois, por meio da incansável defesa de sua irmã Eunice Kennedy Shriver — fundadora das Olimpíadas Especiais — que a existência de Rosemary foi reconhecida, remodelando a forma como o mundo pensava sobre a deficiência intelectual. Rosemary viveu até 2005, permanecendo isolada por mais de 60 anos, e sua história se tornou um lembrete assombroso e duradouro do custo devastador da ambição e dos esforços cruéis para manter uma imagem de perfeição.

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