"GOVERNO
PASSADO MENTIU SOBRE OBRAS DE CORUMBA IV" DIZ PRESIDENTE DA CAESB
Em setembro do ano passado, um mês antes do pleito eleitoral, o
ex-governador Rodrigo Rollemberg, que disputava a reeleição anunciava com
estardalhaço que 80% das obras da barragem de Corumbá IV já estavam
concluídas e que a previsão era que até o fim de dezembro os problemas de
abastecimento de água no Distrito Federal estariam resolvidos.
O anúncio era apenas um fake. Equipamentos como as válvulas que regulam o
fluxo de água ainda estão nos Estados Unidos. Falta muita coisa para ser feito
para que 1 milhão e 300 mil pessoas do DF recebam nas torneiras de suas
casas a água do Lago de Corumbá IV.
Pelo menos foi isso que constatou o engenheiro Fernando Leite, atual
presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).
No cargo há 30 dias, Fernando Leite
disse que a conclusão da obra será o seu grande desafio e que trata o projeto
Corumbá IV como uma prioridade inclusa na agenda positiva deste ano lançada
pela empresa que dirige.
Ele afirmou que a primeira
providência foi propor ao consócio pactuado entre a Companhia de Saneamento
Ambiental do DF (Caesb) e pela Companhia Saneamento de Goiás (Saneago),
estatais responsáveis pela obra para que fosse feita uma gestão só. A medida é
para que as duas empresas avance com mais rapidez dentro de um entendimento
único.
“Vamos soltar foguetes se
conseguirmos concluir a obra ainda este ano como governador Ibaneis Rocha
exige”, disse Fernando Leite.
A Caesb, segundo o presidente, produz
hoje dez mil litros de água por segundo. Corumbá vai entrar inicialmente
com 2.800 litros por segundo. A captação de água vai aumentar em 30% a
capacidade da Caesb.
Com isso o abastecimento de
Brasília, finalmente será resolvido sem necessidade de racionamento.
Outro assunto considerado relevante
por Fernando Leite, que está dentro da agenda positiva deste ano, são as ações
que visam sanear a Caesb atolada em uma dívida de 1 bilhão e 300 milhões de
reais.
Fernando Leite reiterou que
Companhia está desembolsando cerca de 240 milhões de reais por ano para pagar
juros.
“A Caesb está em uma situação
desesperadora. Mas estamos trabalhando para buscar a solução dos problemas. Já
estamos em entendimento com o Banco de Brasília e outros agentes financeiros.
Vamos renegociar todas as dívidas, brigar pela diminuição dos juros e pedir
aumento de prazos. Temos que chegar no fim do ano com um balanço positivo”,
promete.
Fernando Leite disse que no DF
existe cerca de 50 mil pessoas que consome água de forma clandestina.
Ele informou que está em curso uma
força tarefa, com o envolvimento de vários órgãos de governo, para ajudar a
Caesb a combater as ligações clandestinas o que provoca uma grande evasão de
receitas refletindo no bolso de quem paga pelo consumo d’água.