VAZOU! VAZOU! O CHORUME DO ATERRO DE SAMAMBAIA VAZOU E CONTAMINOU O CÓRREGO MELCHIOR QUE DESAGUA NO DESCOBRETO, E QUE ABSTECE O DF!

INAUGURADO EM 17 DE JANEIRO DE 2017, ATERRO EM SAMAMBAIA JÁ APRESENTA VAZAMENTOS
 Galpão do Aterro Sanitário em Samambaia.




Um vazamento de chorume no Aterro Sanitário de Brasília (ASB), localizado às margens da DF-080, em Samambaia. De acordo com a companhia, o líquido já alcançou a rede de águas pluviais e atingiu o Rio Melchior, podendo acarretar danos ambientais graves ao ecossistema.
O Melchior corre por Ceilândia e Samambaia, dentro da Área de Relevante Interesse Ecológico JK, e deságua no Rio Descoberto, que é a principal fonte de abastecimento de água do Distrito Federal.
Ao todo, foram dois vazamentos, ocorridos na última segunda (28/1) e terça-feira (29). O chorume é um líquido de coloração escura e “odor nauseante” proveniente de processos de decomposição dos resíduos orgânicos.
Segundo o engenheiro ambiental da SLU, Marcos Oliveira, uma reação química envolvendo o composto, ainda desconhecida, promoveu a calcificação do chorume, causando o entupimento na tubulação que conduz o “líquido do maciço” para a lagoa de contenção, de onde parte para tratamento na Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).
No entanto, o engenheiro assegura que os vazamentos não são recorrentes. “Se o problema persistir e vazar em grande quantidade, teremos prejuízos ambientais. Inicialmente, será possível visualizar a mudança na coloração do rio que ficaria preto, cor do chorume”.
Outro prejuízo ambiental, segundo Marcos, seria o aumento da população de algas, podendo ocasionar a morte dos peixes do córrego. “O contato do composto com a água estimula a proliferação das algas, impedindo a incidência de luz solar e aumentando a captação de oxigênio pelas plantas, levando a um desequilíbrio no ecossistema do rio”, explicou o engenheiro.




A companhia comunicou a ocorrência à Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) e notificou o Consórcio Samambaia Ambiental, responsável pela operação do Aterro Sanitário de Brasília, que deve apresentar “uma solução imediata e definitiva para o problema”, finalizou a SLU.
Projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de lixo, o Aterro Sanitário de Brasília tem área total de 760 mil m², dos quais 320 mil são destinados a receber os rejeitos. Ele foi construído para substituir o Lixão.
O ATERRO QUE NÃO RESOLVEU O PROBLEMA DO LIXO NO DF APRESENTA PROBLEMAS QUE JÁ ERAM ESPERADOS.

Novo aterro sanitário ajuda, mas não resolve o problema do lixo no DF
Obra  receberá um terço dos resíduos da capital. O restante ainda vai para o Lixão da Estrutural
Aterro Sanitário de Brasília, fica na DF-180, entre Samambaia e Ceilândia. Porém, o início das atividades não anima especialistas, que apontam um longo caminho para que o Distrito Federal trate da forma correta o lixo coletado.
O primeiro problema apontado é a continuidade das atividades no Lixão da Estrutural, também conhecido como Lixão do Jóquei. Com a inauguração da primeira etapa nesta terça (17), o aterro de Samambaia começa a receber cerca de 900 toneladas de lixo doméstico por dia, o que representa um terço do total coletado no DF. O restante continuará seguindo para o terreno antigo.
O governo só poderá desativar o Lixão da Estrutural — o maior da América Latina —, após a construção de sete galpões de triagem e a contratação de catadores para fazer a coleta seletiva do material reciclável.
Para Gustavo Souto Maior Salgado, professor do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB), a questão social é preponderante nesta transição. “Há cerca de 2 mil famílias que sobrevivem da coleta de lixo. Não há como ignorá-las. É preciso que o governo garanta uma alternativa para eles”, aponta o especialista. Na última sexta-feira (13), catadores e carroceiros fizeram um protesto no Palácio do Buriti.
De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), os editais para a construção dos centros já estão abertos, e a previsão para a conclusão dos primeiros galpões é no segundo semestre de 2017. Além disso, quatro cooperativas de catadores já foram contratadas em 2016 e, até 2018, outros 1,6 mil trabalhadores remunerados serão incluídos no sistema público de limpeza urbana.
Além da preocupação social, a mudança da coleta de lixo para o aterro de Samambaia traz outro questionamento: o que será feito do terreno do Lixão da Estrutural? Segundo o ambientalista Salgado, serão necessários anos para que a área seja recuperada.
Em um primeiro momento, o terreno não poderá receber qualquer atividade humana, devido à concentração de chorume, substâncias tóxicas e gás metano, que podem trazer riscos à saúde e até perigo de acidentes. Somente após cerca de 10 anos, caso o governo atue de forma eficiente para recuperação, o espaço poderá receber a presença humana de forma suave, como um parque, por exemplo"
Gustavo Souto Maior Salgado, ambientalista
Aquífero contaminado
Mas há quem considere a situação ainda mais delicada. Para Sérgio Koide, engenheiro ambiental e professor da UnB, as consequências ambientais do lixão devem perdurar por décadas. “Parte das substâncias tóxicas que chegarem ao aquífero subterrâneo ainda contaminarão córregos importantes nos próximos anos.”
A solução, segundo o pesquisador, passa por medidas complexas. “Seriam necessários investimentos massivos em ações que impeçam a continuidade de infiltração de chorume no solo e até a construção de um outro aterro nas proximidades para tratar o lixo que está na superfície. Mesmo assim, a recuperação demoraria décadas.”
Apesar do panorama desfavorável, Koide ressalta avanços. “A construção de um aterro e a não criação de novos lixões já são um passo importante, pois não aumentam o passivo ambiental acumulado em todos esses anos”, aponta.
Comunidade reclama
A instalação do aterro sanitário preocupa moradores e trabalhadores da região. Para eles, o depósito pode trazer doenças e prejudicar a saúde da população. “Nós seremos os menos favorecidos. As quadras da expansão de Samambaia ficam bem próximas ao local, disse a líder comunitária Lindinalva Gomes Ferreira, 47 anos, moradora da Quadra 325 de Samambaia Sul.
 Áréas próximas ao Aterro em Samambaia tem sofrido com invasões não combatidas e depredação de áreas que deveriam estar sendo preservadas. 

A vinda aterro trouxe a insatisfação dos moradores que alegam perda de qualidade de vida e desvalorização de seus imóveis.



                 
A  lagoa do chorume.

O governo deveria ter destinado alguma verba para melhorias nas redondezas. Tememos que não haja tratamento do chorume e isso cause impacto ambiental e muitos danos "
Lindinalva Gomes Ferreira, líder comunitária
O especialista Gustavo Souto Maior Salgado, porém, tranquiliza a população. “Caso o manejo seja feito de forma correta, não há riscos para os moradores. Aterros como este não causam mau cheiro nem atraem animais. Na realidade, pode-se considerar uma oportunidade de geração de empregos na região”, esclarece.
“Idade da Pedra”
Entretanto, o estudioso considera que ainda há muito para a própria população contribuir para o melhor tratamento do lixo. “Ainda estamos na Idade da Pedra na coleta de dejetos. As pessoas não sabem como nem por que separar os objetos descartados. Somente com um trabalho intenso de educação dos cidadãos e de benefícios para quem faz o descarte de forma correta será possível reverter essa cultura”, sugere Salgado.
Ainda segundo o SLU, a partir do segundo semestre, está prevista a mudança na coleta seletiva em toda a cidade. O sistema será alternado entre a coleta convencional e a seletiva.
Recolhimento no aterro
O espaço de 760 mil metros quadrados, projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de rejeito tem vida útil estimada de 13 anos, e sua construção é dividida em quatro etapas. Na primeira fase, serão 110 mil metros quadrados de área de aterramento, dividida em quatro células. A primeira a receber o material tem 44 mil metros quadrados.
Das 2,7 mil toneladas de lixo recolhidas por dia na capital, 1,2 mil recebe tratamento. Desse montante, aproximadamente um terço é classificado como rejeitos e será levado à nova área.
De acordo com o diretor-adjunto do SLU, Silvano Silvério da Costa, “a mudança será gradual e a Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Direitos Humanos selecionou 900 catadores, que receberão uma bolsa de R$ 300 de complementação para o que deixarão de recolher”.
Para Ronei Alves da Silva, 42 anos, representante do Movimento Nacional de Catadores, a bolsa mensal não resolve o problema. “Precisamos de garantia de emprego. Na realidade, o governo não cumpriu o que está na Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que determina implantação de reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva no DF.”



Fonte:

Metropóles.com


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