BRASÍLIA DISSE “ADEUS A JOAQUIM RORIZ”.
Esta foi a frase mais ouvida na Ala
dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança em Brasília, na sexta-feira (28)
o corpo do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, que morreu
na quinta-feira (27), aos 82 anos. Um cortejo fúnebre, com honras
militares, percorreu várias ruas da capital.
Seguido por milhares de pessoas, numa
demonstração de amor e carinho como poucas vezes visto em enterros de
autoridades, o caminhão dos Bombeiros que transportou o corpo de Roriz deixou o
Memorial JK – onde o político foi velado por 15 horas – às
10h50.
Eram 11h24 quando o cortejo chegou
ao cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Durante o velório, pelo menos
outras duas pessoas desmaiaram e precisaram de socorro médico.
Finalmente o caixão desceu a
sepultura, na ala onde ficam os fundadores da capital federal e autoridades. O
corpo de Roriz foi enterrado ao lado do túmulo da família de Juscelino
Kubitschek.
O ex-governador e ex-senador deixa
a mulher, Weslian, três filhas – Jaqueline, Liliane e Wesliane –, quatro netos
e um bisneto.
Joaquim Roriz comandou o governo do
DF por quatro mandatos marcados por ações voltadas para as populações mais
pobres, com políticas de distribuição de pão e leite e a construção de nove
cidades no entorno de Brasília. As obras viárias como a construção da ponte JK
e o Metrô também garantiram sua popularidade. Muitos populares chegaram
cedo ao cemitério para prestar a última homenagem ao político que mais
vezes esteve à frente do Palácio do Buriti. Ana Cristina Cunha, 45, moradora de
Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal, por exemplo, saiu de casa às 4h
para se despedir do ex-chefe do Executivo local.
Depoimentos emocionados dos populares.
“Nasci com o Roriz na minha vida.
Toda a minha família sempre admirou a história dele. Ele nos ajudou muito,
principalmente dando lotes. Trabalhei muito como voluntária nos projetos dele.
Distribuía leite, pão, cobertor”, destacou.
Moradora de Samambaia – uma
das cidades criadas por Roriz– há 30 anos, Maria Rocha da Silva, 62, também foi
ao Memorial se despedir do ex-governador, que morreu nessa quinta (27) por
choque séptico. “Meu pai trabalhou na roça com o pai do Roriz, lá no Goiás.
Sempre acompanhei a carreira dele de perto. Até hoje me lembro de como era ser
abraçada por ele”, contou.