INSTITUTO FEDERAL BRASIL PODE TER CAMPUS FECHADO EM VÁRIAS CIDADES APÓS DECRETO DO GOVERNO.



Medida que controla gastos do orçamento da educação e que afeta Institutos Federais tem preocupado alunos que temem não terminar os estudos

Alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) estão preocupados em não terminar os estudos após a diminuição do valor do orçamento que os campus podem gastar. A regra está em um decreto publicado no final de março pelo governo federal. O documento de 30 de março, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), discrimina, por órgão federal, a limitação de empenho e movimentação financeira da União. Na área de educação, esse valor foi de 30,1 milhões. Parte dele foi repassado aos Institutos Federais de todo o país.

No IFB, a regra diminuiu o valor que os campus pode gastar, por exemplo, com pagamento de terceirizados na área de segurança, limpeza e apoio técnico. Gastos com uso de automóveis, energia e água também foram limitados com o decreto. Beatriz Menezes, 19 anos, estudante de letras do Campus de São Sebastião, disse que o laboratório do local ficou sem funcionar por semanas, afetando o acesso dos alunos. "O laboratório de informática ficou fechado por falta de segurança", conta a estudante, que é umas das líderes do movimento estudantil do campus.

Beatriz também encampa o movimento #resisteIFB, que tem saído às ruas de São Sebastião e do Plano Piloto para pedir apoio da comunidade contra o risco de encerramento das atividades da unidade. Segundo Beatriz, o local teria dinheiro para funcionar até agosto. "Os alunos ficam apreensivos, principalmente porque o IFB atende o ensino médio. A gente não sabe o que vai acontecer, se vamos para outro lugar. Os pais estão preocupados, pedindo satisfação", conta.

O medo, no entanto, não afeta apenas alunos do campus de São Sebastião. Mariana Castro, estudante de licenciatura em Dança no Campus Brasília, diz que os alunos têm sido alertados sobre o risco de redução do funcionamento do local em função do baixo orçamento. "Uma professora falou que só tem verba até julho e que depois corre risco de fechar. Tivemos reunião com o diretor do campus, vários alunos perguntaram, mas ele evitou responder várias perguntas", detalha. "Estou bem receosa. Esse é o curso que eu quero, que eu amo e não tem em outro local do DF", acrescenta.

Na unidade de Samambaia, Diego Rodrigues, 25 anos, curta Controle Ambiental, e diz que os alunos estão mobilizados. Segundo ele, os cortes de terceirizados no local já afeta a rotina dos alunos. "Há uma demora, uma dificuldade de manter a limpeza. Eles conseguem fazer os serviços, mas com demora", explica. "Tivemos reuniões e assembleias para tentar achar uma solução e ganhar apoio. Estamos criando estratégias para combater isso", acrescenta.

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