PARQUE DO GATUMÉ- ABANDONO E ESQUECIMENTO:LIXÃO E FALTA DE CUIDADOS-ETERNAMENTE ABANDONADO POR ESTE E POR OUTROS GOVERNOS! ATÉ QUANDO?

PARQUE GATUMÉ EM SAMAMBAIA: ETERNO ESQUECIMENTO E ABANDONO  POR VÁRIOS GOVERNOS.




Cansativo e repetitivo!O povo pede e os Governos fingem que não veem e nem ouvem!

(Materia atualizada(nada mudou!) publicada em 2010 com informações de Correio Braziliense)
Em 2010 ele já não recebia investimentos; veja como nada mudou.

Criado há cinco anos, o Gatumé ainda não recebeu investimento do governo e sofre com a ação de invasores, que loteiam parte da área e degradam os 128 hectares de cerrado selvagem. Associação de moradores luta para conscientizar a população sobre a importância do lugar.
 A primeira impressão de quem passa por uma área de 128 hectares de cerrado selvagem localizada na expansão de Samambaia é que trata-se de um simples descampado. Mas 30 placas de sinalização avisam que ali fica o Parque Ecológico Gatumé. Criado por um decreto, há cinco anos, o local ainda não recebeu nenhum investimento. Até mesmo alguns moradores desconhecem o fato de que, tão próximo de suas propriedades, existe um pedaço de terra tão especial.
Desde 2008, uma entidade formada por moradores da região recolhe o lixo do local e desenvolve iniciativas para barrar a degradação ambiental: erosão é um dos problemas mais graves.


Como o terreno nunca foi cercado, é comum chacareiros invadirem e lotearem as áreas do parque para a criação de gado e de porcos, atividades que danificam a qualidade da terra e degradam as nascentes da área. 
No local, há três minas de água e apenas uma é cercada por mata de galeria(2) e por buritis seculares. 
Um curso d’água foi desviado para abastecer um pesque-pague clandestino construído dentro do parque. Mangueiras centenárias estão ameaçadas por uma gigantesca erosão, que já tragou uma árvore.

Desde 2008, uma organização não governamental da cidade vem lutando para mudar esse quadro. Criada seis anos antes, a Sociedade dos Moradores e Amigos da Expansão de Samambaia desenvolve o projeto Expansão Verde, encampado por estudantes da cidade que participavam de oficinas de rádio. 
O projeto investiu em diferentes maneiras de evitar a destruição do trecho de cerrado. “Uma pesquisa apontou que 80% dos 3,5 mil alunos de duas escolas da rede pública da cidade não sabiam que ali havia um parque”, ressalta Edvaldo Ferreira, 42 anos, jornalista e presidente da entidade.

Campanha


Para alertá-los sobre a questão ambiental, foram distribuídos folderes, elaborada uma peça de teatro e organizadas palestras e oficinas de conservação do meio ambiente. 
Além disso, os responsáveis pelo projeto investiram em um corpo a corpo com a comunidade nas praças de Samambaia. Alguns estudantes chegaram a visitar as precárias trilhas do parque. 
Mais de 3 mil mudas de árvores nativas do cerrado foram plantadas. Aos sábados, um grupo se reúne para recolher todo o entulho que encontra no local. Na primeira ocasião, o material retirado encheu um caminhão-caçamba. A ação rendeu frutos imediatos. Segundo Ferreira, o acúmulo de lixo no terreno do Gatumé caiu 70%.
Mas o trabalho de conscientização não foi encerrado. 
Ainda é preciso educar chacareiros e moradores das quadras 800 e 1000. “Os chacareiros precisam ser orientados para evitar que animais circulem dentro do parque, não utilizar produtos tóxicos e não fazer mau uso da água. Queremos ganhá-los como aliados”, explica Ferreira. 
A forma de abordagem a esses grupos ainda está sendo discutida pelos membros da organização. Recentemente, as placas que sinalizam o parque — com os dizeres: Você sabia? Este é o Parque Gatumé — foram instaladas pela organização.
Enquanto luta para garantir a sobrevivência do parque, a comunidade espera que o poder público também ajude, com medidas concretas. “Temos recursos e possibilidade de ação limitados. Se o governo fizer sua parte, o cidadão se anima e continua trabalhando”, destaca o presidente da entidade.

1 - Pioneiro
O nome do parque é uma homenagem ao primeiro morador da região, Fernando Gatumé, dono de uma fazenda na década de 30.

2 - Proteção
Mata ciliar é o nome dado à vegetação que recobre as margens de rios e de mananciais. No cerrado, ela é conhecida como mata de galeria e possui vegetação mais frondosa, fundamental para manter a qualidade da água, evitar a erosão, a perda de nutrientes do solo, o assoreamento dos rios, além de desequilíbrios climáticos
"Para mim, falta vontade política. A questão é que meio ambiente não é como lote: não dá voto"
Edvaldo Ferreira,presidente da Sociedade dos Moradores e Amigos da Expansão de Samambaia
Sem investimento e infraestrutura

O desejo de quem luta pela criação do parque reflete-se na comunidade que o cerca. O aposentado Osmar José Barbosa, 67 anos, vive há mais de 20 anos em uma casa que tem a extensa área de cerrado como paisagem. 
“Queria ver tudo limpinho, pronto, com gente circulando. Mas isso aqui está cheio de gado, malandros e invasores”, protesta. Outro medo do morador é com a violência que se esconde por entre as veredas escuras do parque. “Ontem, ouvi até barulho de tiro vindo de lá”, relata. Para tentar reduzir os danos ambientais, ele repreende os motoristas que entram de carro na área e despejam lixo na mata. 
Às vezes, até anota as placas e encaminha para a administração da cidade, mas nunca viu nenhuma providência ser tomada. Para ele, o maior problema são as criações de gado. Isso porque os animais pisoteiam os barrancos, aumentam a erosão da área e reduzem a água do lençol freático. “A água, para nós, é ouro”, reflete.
Segundo o assessor da Superintendência de Áreas Protegidas do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Luiz Otávio França Campos, o órgão é responsável pelos 70 parques e a política de implementação de estrutura precisa ser dividida entre todas as unidades espalhadas por várias regiões do Distrito Federal. Em Samambaia, o foco está no Parque Três Meninas, a cerca de 1km de distância do Gatumé. “Ele poderá atender a mesma comunidade, que participará da discussão de todas as melhorias”, salienta França.
Ele admite, no entanto, que é preciso cuidar dos atributos naturais de todas as unidades de conservação. A erosão que preocupa a comunidade já está contida, garante o representante do Ibram. “Ela era causada pelo escoamento de águas pluviais, mas medidas simples, como a colocação adequada de meios-fios, resolveram o problema. Hoje, já há vegetação crescendo no local”, acrescenta. 
Para mapear todas as melhorias necessárias, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) solicitou a elaboração de um Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad), que está sendo feito pelo Ibram.
No momento, está em discussão a necessidade de aterrar a área e realizar os procedimentos necessários para encobrir as voçorocas e não há previsão de qualquer outra melhoria para o parque. 
“É uma questão de governo”, assegura França. 
Edvaldo Ferreira, da organização que comanda as ações, não se convence mais com o discurso da falta de verbas e de pessoal. “Para mim, falta vontade política. A questão é que meio ambiente não é como lote: não dá voto”, protestou.
3 - Efeito da erosão
Fenômeno geológico que consiste em grandes buracos causados pela erosão, deixando a vegetação escassa e o solo desprotegido. Além de empobrecido, ele fica recoberto de cascalho e suscetível a enxurradas. Pode ser prevenido com a plantação de árvores à beira dos buracos, que funcionam como guarda-chuvas do solo, evitando que a terra e os sedimentos sejam levados pela água da chuva. A voçoroca contribui para o assoreamento dos rios, o entupimento das redes de esgoto e, consequentemente, as enchentes em áreas urbanas.

Zuleika de Souza/CB/D.A Press

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