MERCADANTE E SUAS TRAMOIAS PELO PT
ALOPRADOS 1 – REVELADA A TRAMÓIA: FOI MERCADANTE, AFIRMA
PETISTA, PEÇA-CHAVE DO CRIME
Reportagem de Hugo Marques e Gustavo Ribeiro, na VEJA evidencia que a presidente Dilma Rousseff tem em seu ministério um
homem capaz de organizar uma farsa, com o auxílio de dois bandidos e de uma
quadrilha de petistas, para incriminar um adversário político e tentar vencer
as eleições. Seu nome:Aloizio Mercadante, que ocupa a pasta da Ciência e
Tecnologia!
É o que diz um dos petistas que operaram o esquema. Sim, ele
assegura, Mercadante foi o grande chefe da operação, que ficou conhecida, em
2006, como o “Caso dos Aloprados”. Numa breve síntese: um grupo de dirigentes
do PT comprou, por R$ 1,7 milhão, um falso dossiê que procurava ligar o então
candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), à máfia dos
sanguessugas. Mercadante, candidato do PT, seria o principal beneficiário caso
a tramóia tivesse dado certo. Hamilton Lacerda, seu braço direito, foi preso
pela Polícia Federal segurando a mala de dinheiro — está de volta ao partido,
diga-se. A PF chegou a indiciar Mercadante, mas a acusação acabou anulada por
falta de provas. Pois é… Esse tipo de coisa não deixa recibo assinado, não é
mesmo?
Expedido Veloso conta que o ministro [Mercadante] e o PT
apostavam que a estratégia de envolver o adversário José Serra no escândalo de
desvio de verbas públicas [no Ministério da Saúde] lhe garantiria os votos
necessários para, quem sabe, ganhar o pleito [para o governo do Estado de São
Paulo]
E como e que VEJA descobriu tudo: Lembram-se de Expedito
Veloso, então diretor de gestão de riscos do Banco do Brasil? Ele fazia parte
no núcleo central da campanha de Lula à reeleição e foi escalado para integrar
a operação. Foi ele quem confessou os detalhes da trama criminosa a
companheiros de partido. VEJA teve acesso à confissão gravada. Confrontado com
o fato, Veloso — que agora é secretário-adjunto de Desenvolvimento do governo
petista do Distrito Federal — não teve como negar. Um trechinho da entrevista:
O senhor apontou o ministro Aloizio Mercadante como mentor
beneficiário da operação… Foi uma conversa interna, uma conversa partidária…
Isso vai me complicar. Acabei de sair do banco. Paguei muito
caro por isso. Não tenho interesse em que esse assunto venha à tona.
(…)
Qual foi sua participação na montagem do dossiê?
Absolutamente lateral. Analisei os documentos. Só isso.
Cumpri uma missão política de campanha.
O senhor confirma tudo o que disse nas conversas gravadas?
Eu estava querendo mostrar às pessoas que eu não era um
aloprado. Não me lembro dos detalhes, mas tudo o que você relata que ouviu eu
realmente disse. Era um desabafo dirigido a colegas de partido.
(…)
“Missão política de campanha”! É o nome que os petistas
costumam dar para seus crimes. Delúbio Soares também cumpria uma “missão
política”, plenamente aceita no PT. Tanto é assim que ele está de volta. Ao
censurar Antonio Palocci pelo seu rápido enriquecimento, a advogada (!) Gleisi
Hoffmann, agora ministra da Casa Civil, lembrou que era coisa diferente do
mensalão — que buscava beneficiar o partido. Vale dizer: mensalão pode,
enriquecimento pessoal não! Entenderam a lógica?
Disse tudo
Como se nota, Veloso confirma ter dito aquilo que VEJA ouviu
na gravação! E o que é “aquilo tudo?” Segue em azul trecho da reportagem. O que
vai entre aspas é transcrição da
confissão do petista:
“O plano foi tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas
com o conhecimento e autorização do senador [Mecadante]“, disse Expedito
Veloso. “Ele, inclusive, era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em
São Paulo” (…) Expedito Veloso conta que o ministro e o PT apostavam que a
estratégia de envolver o adversário José Serra no escândalo de desvio de verbas
públicas lhe garantiria os votos necessários para, quem sabe, ganhar o pleito.
“A avaliação era que o dossiê poderia levar a disputa ao segundo turno. De
Brasília, o núcleo de inteligência do partido deu o sinal verde para a execução
do plano. Por intermédio de Valdebran Padilha, tesoureiro informal do PT em
Mato Grosso, o comitê paulista negociou diretamente com os empresários
mato-grossenses Darci e Luiz Antonio Vedoin, que cobraram 1,7 milhão de reais
para falsificar documentos e conceder uma entrevista na qual acusariam José
Serra de envolvimento com fraudes no Ministério da Saúde”.
Só para lembrar: a revista escolhida para a operação foi a
IstoÉ. Segue mais um trecho de
reportagem da VEJA:
Havia um grupo encarregado exclusivamente de avaliar os
danos que os documentos causariam à candidatura tucana. Faziam parte desse
grupo o presidente do PT à época. Ricardo Berzoini, o próprio Veloso e Jorge
Lorenzetti, churrasqueiro e amigo do então presidente Lula. O segundo grupo
tinha como função fazer chegar as informações à imprensa domesticada. Dele
participavam Oswaldo Bargas, amigo de Lula desde os tempos de militância no ABC
paulista, e Hamilton Lacerda, coordenador de campanha de Mercadante. Por fim, o
terceiro destacamento tinha a atribuição mais delicada: arrecadar o 1,7 milhão
de reais pedido pela quadrilha para montar a farsa. Em suas confissões, o
bancário revela que foi justamente uma falha desse terceiro grupo que levou ao
fracasso da operação. Segundo ele, os petistas ficaram quatro dias em São Paulo
aguardando o dinheiro, que demorou a chegar. E, quando apareceu, a polícia
estava no rastro.
Quércia
A reportagem também traz uma outra informação importante no
que diz respeito ao dinheiro: quem conseguiu parte da bolada foi o então
candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia. Mercadante havia
prometido dar um naco da administração ao peemedebista se a operação tivesse
sido bem-sucedida.
Eis aí… Cinco anos depois, a Polícia Federal não tinha
chegado a lugar nenhum. Agora, um homem que participou do esquema, uma petista
que cumpria “uma missão política”, conta tudo. E VEJA soube antes que a
polícia.
Atenção! Esse método chegou a ser usado até contra os
próprios petistas no Mato Grosso. E, nesse caso, aparecem um homem que não é
ministro, mas que é dado como ministeriável e um senador da República. Fica
para o próximo post.