JÁ ERA ESPERADO! MAIS DE 69% DOS BRASILIENSES REPROVAM A CÂMARA LEGISLATIVA DO DF



























Uma matéria do jornalista Francisco Dutra para o Jornal de Brasília, mostra uma pesquisa em que revela que mais de 69% do entrevistados desaprovam a Câmara Legislativa, confira a matéria.
Sete em cada 10 moradores do Distrito Federal estão insatisfeitos com a Câmara Legislativa. Segundo pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP), 69,5% dos brasilienses estão insatisfeitos com o desempenho dos deputados distritais. Em outras palavras, a cada 10 cidadãos, praticamente, declaram-se decepcionados com os parlamentares, seja pela falta de fiscalização, desperdício de dinheiro público ou ineficiência.
A taxa de reprovação popular foi medida em pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP). No dia 29 de julho, pesquisadores colheram as opiniões de 600 pessoas. A reprovação concreta da população mostra que ainda falta muito para que os distritais façam por merecer os votos conquistados, aos olhos dos brasilienses. De fato, ao longo das últimas legislaturas, a Câmara coleciona crises e escândalos e não conseguiu emplacar agendas positivas sólidas junto à população.

Para mapear a percepção popular, os entrevistadores perguntaram: “Com relação aos trabalhos dos deputados distritais, o (a) senhor(a) estão...? 
Sem poupar queixas, 39,2% das pessoas ouvidas sentenciaram que estão totalmente insatisfeitas. Na sequência, 30,3% afirmaram estar pouco satisfeitos com a performance política dos legisladores. O desgaste público é consequência dos sucessivos escandâlos envolvendo o Poder Legislativo a partir de desvios de conduta dos distritais.

Somente 25,8% dos entrevistados declararam estar razoavelmente contentes em relação aos trabalhos dos distritais. E para o vexame do Legislativo, ínfimos 1,3% dos entrevistados disseram estar muito satisfeitos. Ou seja, a atual cepa de parlamentares não consegue garantir que nem mesmo um cidadão do Distrito Federal esteja plenamente satisfeito com os rumos e atividades políticas da Câmara.

Impeachment e Petrobras

Ao longo das últimas semanas, a parceria entre o Exata OP e o Jornal de Brasília vem detalhando as principais percepções políticas dos brasilienses. As pesquisas apontaram que a maioria da população já é favorável à abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em função do escândalo do Petrolão; a maior parte dos brasilienses considera que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras antes das investigações da Operação Lava Jato; e a tese da redução da maioridade penal encontra respaldo em 75,1% da população.
Hora de fiscalizar e poupar

O caminho para que os eleitores fiquem satisfeitos com a Câmara não passa pela apresentação de projetos no plenário. Segundo a pesquisa de opinião pública do Exata OP, o que os brasilienses mais cobram dos deputados distritais é maior fiscalização do governo e economia com as despesas internas da Câmara.

De acordo com a pesquisa, ficou claro que a população espera, principalmente, que os distritais estejam de olho e acompanhem de perto os rumos do Palácio do Buriti. A população deseja que os distritais não deixem que o governo local desperdice recursos públicos, não ceda a tentações da corrupção e que cumpra as promessas, tanto aquelas que foram feitas durante a eleição, quanto as novas que surgem no cotidiano do governo.

Peso da austeridade

O segundo ponto estratégico nas percepções do povo é a valorização da austeridade e do respeito com o dinheiro público. Entre os 600 entrevistados de todos os segmentos sociais, 32,5% defenderam que a postura mais relevante para um deputado distrital é a economia com as gastos legislativos em todos os sentidos, passando pela verba de gabinete e a verba indenizatória.

O desempenho dos parlamentares no plenário com a apresentação de projetos fica em terceiro plano, com destaque para apenas 29,2% dos entrevistados. Ou seja, apesar da importância dos distritais na elaboração, atualização e discussão das leis do DF, o que a população realmente espera é que eles sejam fiscais e exemplos de postura ética e política.

Neste semestre, o Buriti pretende levantar um série de projetos polêmicos e aumentos de impostos na Câmara, como reajustes do IPTU e da Taxa de Limpeza Pública. A pesquisa indica que o aumento de gastos não é prioridade.

Só depende dos distritais

Mesmo com a alarmante taxa de descontentamento, a população reconhece que a Câmara é importante. Destrinchando a pesquisa de opinião, 75,1% dos brasilienses não têm dúvidas da relevância do Legislativo. Isso significa que sete em cada 10 cidadãos avaliam que Câmara tem papel estratégico para o DF.

A maior parte dos entrevistados avalia que a Câmara é muito significativa no xadrez político e social da capital. Em números, 38,8% das pessoas ouvidas fizeram esta avaliação. Em segundo lugar, 36,3% brasilienses acham que o Legislativo é importante.

Espaço para reconstruir

Apenas 12% dos entrevistados classificaram a Câmara como pouco relevante. Por fim, 11,2% responderam que o Legislativo não tem importância para o DF.
Considerando a série histórica de crises legislativas, estas taxas são reveladoras. Indicam que há espaço para a reconstrução da imagem da Câmara.

Para sepultar os apelidos de “Casa dos Horrores” e “Puxadinho do Buriti”, os distritais não dependem do Ministério Público, Tribunal de Justiça ou outras instituições protagonistas do DF. A partir da expressiva avaliação de importância do Legislativo, os parlamentares dependem dos próprios esforços.

Ainda pouco conhecida


A distância entre a Câmara e a população é considerável. Conforme a pesquisa de opinião pública, quatro em cada 10 brasilienses têm pouco conhecimento das atividades e atribuições de um parlamentar.

Segundo o levantamento, 38,3% dos entrevistados disseram ter pouco conhecimento sobre o que faz e quais são as atividades de um deputado e 6,2% confessaram não ter nenhum conhecimento.

Do outro lado da moeda, seis em cada 10 brasilienses sabem  quais são as funções dos parlamentares. Nesse sentido, 48,5% afirmaram ter conhecimento suficiente, enquanto outros 6,2% alegaram ter muito conhecimento sobre o Legislativo.

Celina quer autocrítica e aproximação


Em busca da aprovação da opinião púbica, a Câmara Legislativa deverá intensificar as ações de aproximação e comunicação com a população. A estratégia pelo reforço do projeto Câmara em Movimento e a realização mais visitas técnicas de fiscalização dos principais problemas do DF, a exemplo de hospitais públicos sucateados e ruas esburacadas. Na avaliação da presidente da Câmara, deputada distrital Celina Leão (PDT), a “bronca das ruas tem fundamento”, em função do histórico de polêmicas e crises do Poder Legislativo. 

“Nós passamos por vários processos que, realmente, colocaram a Câmara Legislativa em uma posição muito ruim”, comentou Celina. Segundo ela, a reprovação dos brasilienses seria ainda mais profunda se a Casa não tivesse começado a mudar de postura no semestre passado com ações de transparência, fiscalização e questionamento a agenda do GDF, principalmente nos debates em relação a aumento de impostos.

“Se essa pesquisa fosse feita alguns meses atrás o resultado iria ser muito pior para a Câmara”, julgou a presidente. Celina afirmou que nunca teve dúvidas sobre a relevância da fiscalização. “Sempre falei isso, desde o começo do mandato. É para isso que existe este Poder. Eu sempre falei isso para o governador Rodrigo Rollemberg: eu nunca vou abrir mão da minha função fiscalizatória. As pessoas cobram isso da gente”.

Jornal de Brasília

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