A
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, aperta a mão da contra-almirante médica
Dalva Maria Carvalho Mendes, a primeira mulher da história das Forças Armadas
do país a alcançar a patente de oficial general. [Roberto Stuckert Filho]
As
mulheres agora são mais de 6% dos 350.000 integrantes das Forças Armadas do Brasil e, embora esta seja
a maior proporção da história, ainda não é o suficiente, segundo o ministro da
Defesa, Celso Amorim.
“Temos visto um aumento da presença feminina nas Forças
Armadas, porém a porcentagem ainda é pequena [dada a] importância que as
mulheres têm em outros setores da sociedade”, disse Amorim recentemente a
jornalistas. “Mas este número vai aumentar nos próximos anos.”
O Brasil alcançou um marco importante no final do ano
passado, quando a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff,
parabenizou Dalva Maria Carvalho Mendes por ser a primeira mulher da história
das Forças Armadas do país a tornar-se oficial general.
A nomeação de Dalva em novembro é um sinal de que a carreira
militar no Brasil não só tem atraído mais mulheres – hoje elas somam 22.208 a
vestir farda – mas as promove a patentes mais altas e com maior visibilidade,
ressaltou Amorim. “A mudança não ocorreu apenas em termos numéricos, mas também
em qualidade, intensidade e hierarquia”.
Dalva declarou que, apesar de as mulheres serem diferentes,
“nós não devemos ter vergonha de sermos diferentes. Isso não é melhor ou pior.
O importante é que estamos nos tornando líderes”.
A ascensão de Dalva ocorre em um contexto de mudanças
significativas no recrutamento militar no Brasil e ante a insistente
determinação da presidente Dilma de que as mulheres ocupem posições de
liderança no Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Pela primeira vez, uma mulher alcança a patente de oficial
general, o que demonstra que, também nas Forças Armadas, o patriotismo e o
profissionalismo são independentes de distinções de sexo”, disse a presidente.
Tal fato será cada vez mais evidente à medida que novos regulamentos incentivem
as mulheres a considerar ter uma carreira militar, enfatizou.
“A contra-almirante Dalva Maria de Carvalho Mendes é um
exemplo do sucesso que milhões de brasileiras têm conquistado na busca por uma
vida mais plena e por uma sociedade mais justa, com mais oportunidades para
todos”, declarou Dilma.
Amorim deu o exemplo ao trazer para seu gabinete três
mulheres oficiais provenientes de cada uma das três forças militares do Brasil,
para exercer cargos de assessoria e liderança: a capitão-de-corveta Ana Paula
Alves de Souza (Marinha) e as tenentes Sofia Meirose Salles (Exército) e
Tatiana Willig (Força Aérea).
Dalva disse que sua promoção foi como renovar os votos para a
Marinha e seu país, e afirmou aos jornalistas: “Nós mulheres sabemos que
estamos aqui para unir, jamais para dividir”.
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