CHEGOU NO FIM DE ANO... LÁ O STRESS FINANCEIRO!
O final de ano costuma
ser uma época bastante agitada para profissionais de finanças. Os que estão na
área de finanças corporativas vivenciam um “corre-corre” desenfreado para
organizar dados, dar consistência a informações e preparar relatórios. Já aqueles
que estão mais voltados às finanças pessoais são muito requisitados
especialmente pela mídia, que procura fazer matérias de utilidade pública
explicando às pessoas como lidar com as típicas angústias financeiras de final
e início de ano.
Estamos quase no fim de
2012. Surpreendentemente, ninguém ainda me perguntou quais são as “dicas” de
final de ano, mas desconfio que isso não vá durar muito tempo. De qualquer
forma, resolvi me antecipar e colocar aqui minhas visões sobre o que deve ser
feito e, já adianto, não são muito diferentes daquilo que já falei nos anos
anteriores, e apostaria que também não são diferentes daquelas que falarei nos
próximos anos.
Seu estado de espírito
Do ponto de vista do
mundo, da Natureza e do Universo, o começo de um novo ano é algo que não tem
nenhum significado. O primeiro dia do ano é um dia como qualquer outro, em que
o sol nasce e se põe, plantas e animais nascem e morrem e por aí vai. Porém, a
maioria de nós, seres humanos, convencionou que o final de um ano e o início do
seguinte são um período de recomeço e transformação.
Não vamos aqui entrar
no mérito se é uma grande besteira ou não, mas o fato é que a maioria das
pessoas “entra no clima” e alimenta a esperança de tempos melhores no ano
seguinte. Por isso, nada melhor do que tentar começar o ano com o mínimo
possível de dívidas e “rolos” para resolver.
Muitas vezes, me
perguntam “qual é a melhor forma para terminar bem o ano, financeiramente
falando”? Minha resposta padrão para isso é: “COMEÇAR bem o ano já é meio
caminho andado para terminá-lo bem”.
Presentes de Natal
Oferta e demanda. Vamos
entender de uma vez por todas: se a demanda aumenta ou a oferta cai, os preços
sobem. Se a demanda diminui ou a oferta aumenta os preços caem. Quando estamos
próximos do final do ano, o que acontece com a demanda? Acho que não precisamos
nos prolongar muito aqui, não é mesmo?
Final de ano NÃO é uma
época favorável ao consumidor. A indústria e o comércio estão com “a faca e o
queijo na mão”, pois sabem que as pessoas vão acabar comprando de qualquer
jeito, que a família e os amigos vão pressionar e que sempre vão surgir algumas
surpresas de última hora que exigirão compras inesperadas.
Quem deu ouvidos aos
meus conselhos do ano passado (e também os conselhos de dez entre dez
especialistas em finanças pessoais consultados pela mídia neste país) já deve
ter comprado todos os presentes de Natal no momento em que publico este artigo.
Se não comprou, compre
agora. Procure não fazer dívidas (lembre-se do que falamos sobre “estado de
espírito” no tópico anterior). Se o orçamento estiver um pouco apertado,
pesquise preços e compre coisas mais baratas. Se o orçamento estiver REALMENTE
apertado, seja forte, resista às pressões e não dê nada. No máximo dê presentes
para as crianças, pois elas têm maior dificuldade em compreender momentos de
tensão financeira, mas, quanto aos demais, avise que está passando por um
momento difícil e que este ano você prefere não dar nem receber nada.
Acredite, aquelas
pessoas que se importam e gostam de você entenderão e te apoiarão em sua
decisão. Já aquelas que não se importam, para não deixá-las sem presente algum,
você pode presenteá-las com uma passagem só de ida para a p… Bem, pensando
melhor, deixa pra lá.
Se essa for a sua
situação, dê-se de presente o livro “Scroogenomics: Why You Shouldn’t Buy Presents for the Holidays”
(algo como “Scroogenomics: Por que você não deveria comprar presentes de Natal”
– o livro infelizmente ainda não foi traduzido para o Português), do economista
e professor Joel Waldfogel, pois ele o fará se sentir menos culpado.
O que fazer com o 13º?
(e também com bônus, restituição de IR etc.)
Vou dar a resposta mais
simples e direta possível: Se você tem dívidas, pague-as. Se não tem, faça o
que você bem entender, pois você está “perdoado”.
Segundo a última
Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da
Confederação Nacional do Comércio, quase 60% das famílias brasileiras estão
endividadas. Se você não tem dívidas, você já é um vitorioso, então relaxe.
Você pode se dar ao luxo de escolher entre investir e consumir.
Quem vai investir deve
seguir uma estratégia de investimentos já previamente estabelecida. Poucas
coisas são mais fúteis e irrelevantes do que, a esta altura do campeonato,
ficar discutindo se a melhor opção é investir na caderneta de poupança, na
bolsa de valores ou em títulos do governo do Afeganistão. Você deve investir o
dinheiro extra seguindo sua estratégia de investimento que considera, entre
outras coisas, seu grau de tolerância ao risco, seus objetivos, suas
expectativas e uma alocação de ativos adequada a você. Se você não tem uma
estratégia de investimento, então providencie uma. Antes de investir seu
dinheiro na primeira dica furada que te derem, desenvolva uma estratégia. Você
pode fazê-lo educando-se financeiramente (mais recomendável) ou buscando ajuda
profissional especializada (menos recomendável).
Impostos e despesas com
educação
IPTU, IPVA, material
escolar e matrícula são despesas recorrentes e ninguém pode alegar que foi
“pego de surpresa”. Benjamin Franklin já dizia que as únicas certezas na vida
são a morte e os impostos. Não há muito o que fazer quanto à morte, mas os
impostos pelo menos podem ser parcelados. Não é o melhor caminho, mas às vezes
é o único. Se não der para pagar à vista com desconto, você já sabe o que deve
fazer…
Matrícula de escola nem
sempre é negociável, mas material escolar pode ser comprado antecipadamente
(especialmente os itens consumíveis) e temos a internet para ajudar na pesquisa
de preços.
E para finalizar…
Final de ano que se
preze tem que ter planos e promessas (que provavelmente não serão cumpridos).
No ano passado escrevi neste mesmo blog um artigo (link aqui) sobre a futilidade dessas promessas furadas de final
de ano, mas neste ano vamos ser um pouco mais ousados!
Em um dos próximos
artigos (ainda este ano), falaremos um pouco sobre planos e alguns objetivos
interessantes que podem ser perseguidos em 2013.
André Massaro
www.andremassaro.com.br
www.andremassaro.com.br
DICAS PARA VC NÃO SE ESTRESSAR.
Anote tudo que gasta
Se você
costuma comprar por compulsão, o ato de anotar pode ajudar a perceber onde está
falhando, o que pode cortar e como se controlar ao ver aquela promoção, mas de
um produto que você não precisa.
Avalie as despesas
Seja crítica
quanto aos seus gastos, saiba pechinchar e avaliar se aquele produto vale a
pena ser comprado pelo preço que é vendido. Além disso, avalie as suas
necessidades, compre o que você realmente precisa e vai usar!
Gaste menos do que ganha
O cartão de
crédito acaba dando margem às compras desnecessárias, caso não consiga se
organizar, o melhor é abandonar o cartão, porém você pode utilizá-lo desde que
tenha controle sobre o valor gasto todo mês, que não deve ultrapassar o valor
do seu salário.
Tenha metas a longo prazo
É mais fácil
manter o porquinho cheio quando se tem metas como uma viagem ao exterior, uma
roupa bem cara que é seu sonho de consumo ou qualquer objeto pessoal que ainda
não caiba no orçamento mensal. Por isso, sempre renove seus planos com
objetivos concretos e possíveis de serem atingidos, isso vai estimular você a
poupar.
Responsabilidade financeira
Seja
disciplinado com seu dinheiro e tudo que o envolve, por exemplo, pague as
contas do mês antes de fazer novas despesas, gaste apenas o que sobrou e pode
ser destinado a despesas pessoais, tenha disciplina para poupar e com certeza
terá sucesso financeiro.
Tenha uma planilha
Seja
organizado com suas contas, seja organizado para documentar o que gasta, com o
que gasta, as despesas futuras e o saldo, assim você pode literalmente ver para
onde seu dinheiro está indo e consultar a qualquer hora como está seu saldo.
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