Gleisi, Narizinho ou outro nome?


PERDENDO ALGUNS MINUTOS PRA FALAR DE NARIZINHO

Sempre admirei atrizes e atores que durante a duração da obra, seja TV, teatro ou cinema, conseguiram me convencer que verdadeiramente tinham os sentimentos de amor, ódio, dor, felicidade, repulsa, aqueles que sabem choram copiosamente ou têm surtos de risos até mais autênticos do que os reais, incorporam defeitos físicos, expressões, tons de voz, trejeitos, e constroem um personagem crível. Ao mesmo tempo, nunca confiei nas opiniões de uma atriz ou ator, exatamente porque a maior habilidade deles é exatamente nos enganar com suas interpretações. Gleisi Hoffmann é um personagem que poderia ter sido inventado - como de certa forma até foi. Costumo dizer que talvez seja ela a pessoa mais parecida com Dilmo na arte de mentir, manipular, enganar, ludibriar. Talvez tivesse sido uma boa atriz se não tivesse escolhido a carreira de aprendiz do pai da mentira. Tal qual seu padrinho, não tem o menor constrangimento de contar ou encenar uma mentira, pouco se importando com o fato de que de todos ao redor saibam com 1000% de certeza de que se trata de uma mentira. Mente sem ficar vermelha, sem gaguejar, sem titubear em emendar uma mentira na outra. Tenho 60 anos, acompanho política desde os 15, e já acompanhei a carreira de muitos políticos. Antônio Carlos Magalhães, por exemplo, conhecido como "Toninho Malvadeza", era um cara ruim. Mas pensa num cara ruim mesmo, sem dó, um poderoso chefão da Bahia e da antiga Arena, que depois virou PFL, que mandava e desmandava no seu território, no Nordeste e em quase todo o baixo clero da política de sua época. Não posso afirmar com certeza que ele mandava matar, mas é o que dizem muitos que morreram porque tiveram a péssima ideia de desafiar ou enfrentar o sujeito. Mas, mesmo com tudo isso, ele tinha classe, tinha postura, era um "coroné" autêntico, a ponto de ser adorado pelo povo baiano mesmo sendo quem era. Digo há muito tempo que Gleisi Hoffmann é o personagem político mais baixo que conheci desde que me interesso por política. Não consigo uma comparação tão "sarjeteira", mesmo tentado a pensar em Renan Calheiros, por exemplo. Eduardo Cunha, ardil e sujo também, não consegue se comparar a ela quando se trata de infamidade ou abjeção. Ele, se fosse vilão de filme, deixaria a plateia feliz se morresse caindo de um telhado ou tomando só um tiro fatal do mocinho. Já ela precisaria de um fim mais espetaculoso para que o público se sentisse vingado. Gleisi Hoffmann interpreta um papel digno da sua falta de caráter, por isso o faz tão bem. Uma carreira política que começou com a opção pelo errado e que, justamente por isso, evoluiu rapidamente, porque sempre preferiu e soube se aliar a tudo o que fosse errado e facilitasse sua ascensão. Paulo Bernardo foi trampolim, a falta de escrúpulos à catapulta (há quem ousasse tirar o L da palavra). E chegou onde chegou. Há 7 anos presidente do PT, não se omitiu um único momento na tentativa de defender o indefensável, de procurar uma vergonha pra passar, de fazer acusações levianas que nem o ministro Senka-Belo com sua caneta mortífera tem coragem de fazer. Foi protagonista de barracos inéditos, inusitados, que entraram para a história do Congresso Nacional e dificilmente serão repetidos ou batidos tamanha a "pastelonice" das encenações, coisa de circo. Hoje, presidente do PT, deputada federal porque sabia que não se reelegeria como senadora (sabe Deus como se elegeu um dia), em função de Janja perdeu protagonismo junto a Dilmo e já vem perdendo também dentro do próprio PT com o retorno de Dirceu aos holofotes. Com isso, volta a ser a narizinho de recados do partido em missões de estreitamento de relações com o lixo da política mundial fazendo viagens para Cuba, China e atuando na sarjeta da política nacional com "Lindinho, o carreirista" a tiracolo (furo que eu considero ter dado em uma das minhas páginas do Facebook quando flagrei uma troca de olhares dos dois anos atrás na porta do TRF4 quando estavam para julgar Dilmo). Aliás, na minha página ParaChargeando, do Facebook, onde comecei com minhas chamadas paracharges, ela é o personagem de maior sucesso. As charges de maior audiência são com ela, sendo dela também o recorde de 68 mil em uma única charge em pouco mais 24 horas. Caso alguém se interesse o link é
facebook.com/parachargeando, tem um bocado de coisa interessante por lá. Por fim, não é difícil não gostar de Gleisi Hoffmann. Temos que reconhecer que ela se esforça bastante para isso. E convence.



Hermínio S. Naddeo - nopontodofato

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