JOICE HASSELMANN:
"FEMINISTAS TÊM COMPORTAMENTO VEXAMINOSO"
A jornalista Joice Hasselmann, do PSL, assumiu o posto de deputada federal agora no início em 2019; Ela foi eleita com mais de 1 milhão de votos e tornou-se a Deputada federal eleita com maior número de votos da história do país, a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP) diz, em entrevista à Universa, que será a algoz de Gleisi Hoffmann, senadora e presidente do PT, que não tem projetos específicos para mulheres e que feministas são "vexaminosas e deselegantes".
Como deputada federal mais votada da história do país e com quatro
milhões de seguidores nas redes sociais, a senhora é admirada por muitos e criticada por outros tantos. Há quem a
chame de "doida", "histérica", "ridícula",
entre outros. Por que falam isso?
Me chamam de doida as pessoas que
eu critico, os corruptos, os aliados à esquerda, a gente que atacou o Brasil e
a nação e acha que o país é um reduto deles. Não estou nem aí se vão gostar ou
não do que digo.
Mas a senhora também já foi criticada por colegas do partido, como o
senador eleito Major Olímpio, que pediu, inclusive, sua expulsão do PSL.
O que aconteceu com Major Olímpio,
que é presidente do partido em São Paulo, foi um bate ombro natural, uma
disputa de espaço. Ele se sentiu incomodado porque o Bolsonaro me convidou para
ser candidata ao Senado e, se ganhasse, poderia prejudicá-lo. Depois disso, um
grupo lançou minha pré-candidatura para o governo do Estado, e a relação ficou
mais tensa. Ele propôs o processo de expulsão, e eu pensei em sair do PSL.
Perguntei ao Bolsonaro como o ajudaria, e ele respondeu que seria como deputada
federal. Ele precisava de deputados porque tudo depende da Câmara.
Também foi ofendida pelo deputado federal eleito Alexandre Frota, do PSL,
que a chamou de "biscate" depois que a senhora publicou um vídeo
falando que Bolsonaro só chancelava a candidatura do filho, Eduardo, e a sua.
Como está a relação com ele agora?
Não sei por que ele me atacou. Nós nos dávamos bem. Ele fez a segurança no
lançamento da minha biografia sobre Sérgio Moro. Comuniquei meu advogado e
consegui um pedido de resposta, que ele postou no Twitter. Depois que fui
eleita, ele me mandou uma mensagem pedindo perdão. Fez um poeminha: "O
primeiro a pedir perdão é o mais corajoso. O primeiro a perdoar é o mais
nobre". Foi agressivo? Muito. Mas pediu perdão e eu já perdoei.
Um alvo seu, Lula, está preso e, o outro, Fernando Haddad, acaba de ser
derrotado. Quem será o próximo?
Terei um embate interessante com a
Gleisi Hoffman. Já avisei a bancada que ela é da minha cota pessoal. Ela vai
ser um boneco de ventríloquo do Lula e qualquer um que faça isso vai contar com
a minha energia de oposição. Para esse tipo de enfrentamento tem que ser
mulher, senão dá problema, como o que aconteceu com Bolsonaro quando ele teve
aquele enfrentamento com a Maria do Rosário (o presidente eleito é réu no STF,
acusado de fazer apologia ao estupro porque disse que não estuprava a deputada
porque ela não merecia). De mulher para mulher é diferente. Tudo que ela
precisar ouvir eu vou dizer. A senhora foi acusada pela Avaaz (uma rede global
na internet em que usuários criam campanhas e petições) de ser uma das
primeiras fontes de distribuição do boato sobre fraudes nas urnas eletrônicas
no primeiro turno presidencial.
A acusação é de que a história falsa atingiu 16,5 milhões de usuários. O
que tem a dizer sobre isso? Aconteceu fraude. Tivemos uma
"mão de gato" de pelo menos 10 milhões de votos. Essa é uma
informação que eu tenho com base no que me foi dito pelo hacker número um do
mundo. Tenho todos os dados sobre ele, mas não posso passar
A senhora foi acusada pela Avaaz (uma rede global na internet em que
usuários criam campanhas e petições) de ser uma das primeiras fontes de
distribuição do boato sobre fraudes nas urnas eletrônicas no primeiro turno
presidencial. A acusação é de que a história falsa atingiu 16,5 milhões de
usuários. O que tem a dizer sobre isso? Aconteceu fraude. Tivemos uma
"mão de gato" de pelo menos 10 milhões de votos. Essa é uma
informação que eu tenho com base no que me foi dito pelo hacker número um do
mundo. Tenho todos os dados sobre ele, mas não posso passar. E como prova isso?
Fez uma denúncia formal ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral)? Não fiz. Aí vou
convocar como testemunhas as pessoas que me deram as informações. Em entrevista
à "Folha de S.Paulo", a senhora comentou que feministas são
"gente chata que arranca a blusa para colocar peito na rua". Acha mesmo que o movimento é apenas isso,
mesmo sendo as mulheres que se diziam feministas as que conquistaram o direito
ao voto?
Não se compara movimento de séculos
atrás com o movimento de agora. O movimento das sufragistas brasileiras
aconteceu há menos de 100 anos. O voto foi conquistado em 1932. Aquelas
mulheres não agiam como essas. É um comportamento vexaminoso, acho deselegante.
Não acho que seja só isso (colocar peito na rua), mas é como as feministas se
apresentam.
Tem algum projeto de lei para mulheres? Não gosto dessa coisa de propor
projeto segmentado. Fui eleita por brasileiros de São Paulo; meus projetos são
de nação.
E para evitar a homofobia nas escolas? Não. Na escola, a criança
tem que aprender a ler, escrever, fazer conta, aprender lógica, duas línguas e
acabou. Posso falar sobre isso nos meus discursos e em audiências públicas. Mas
acho inacreditável que, em pleno século 21, a gente esteja discutindo machismo
e homofobia. A senhora disse em um post
que "mulheres pensam em filhos e na família". Queria saber como é sua
relação com a família.
Tenho uma filha de 18 anos e um
filho de 10. Depois de sofrer ameaças por causa do meu trabalho como
jornalista, decidi que precisariam ficar protegidos. Não posso falar onde eles
moram. Estou há três meses sem ver meu filho. Mas eles dois são maravilhosos.
Minha filha ficou chateada quando resolvi sair candidata porque ela tinha medo
por mim. Ficou sem falar comigo. Depois passou, fez até campanha na faculdade
dela. Minha infância foi pesada, porque meu pai era alcoólatra e agressivo. Há
pouco tempo, me mandou uma mensagem, dizendo: "Do meu jeito, eu te
amo". Pensei: "A velhice o adoçou". Mas não sei nem onde ele
está.
Vai indicar alguma mulher para a equipe do presidente? Levei a
Viviane Senna (diretora do Instituto Ayrton Senna) para falar sobre educação
com Bolsonaro. É uma mulher que entende do processo educacional, não sei se
terá um cargo oficialmente, mas pode ser uma parceira. Bolsonaro ficou
impressionado com ela. A Eliana Calmon
(ex-ministra do Supremo Tribunal de Justiça) também é uma grande mulher que
poderia ocupar um cargo em uma área ligada à Justiça.
noticias.bol.uol.com.br/