OFICIAIS DA PM DO RIO GANHAM O DOBRO DO SALÁRIO DO
GENERAL BRAGA NETTO, CHEFE DA INTERVENÇÃO NO ESTADO
A corrupção
e o envolvimento de agentes públicos com o crime organizado é um dos principais
desafios da intervenção federal decretada pelo presidente Michel Temer no Rio
de Janeiro. Mas nem tudo poderá ser desfeito, apesar da troca de comando em nos
batalhões da Polícia Militar em em delegacias da Polícia Civil.
A corrupção
de agentes públicos e da conivência dos governos estaduais com desmandos com o
dinheiro do contribuinte levou o estado ao descalabro nas contas públicas.
Segundo o Diário do Poder, "Na Polícia Militar, há coronéis recebendo até
50% mais que o soldo mensal do general de Exército Braga Netto", que está no
topo da carreira.
O salário no teto constitucional, algo impensável em patentes
superiores nas Forças Armadas, é corriqueiro na PM do Rio. A informação é do
colunista Cláudio Humberto.
No final da
carreira, o salário do general Braga Netto gira em torno de R$ 22 mil. Já o de
coronéis na PMERJ atinge os R$33 mil mensais.
Em 2016, no
Rio, havia 230 coronéis na ativa e 1.045 aposentados. O salário médio de R$26,5
mil é superior aos vencimentos dos generais. Durante o governo de Sérgio
Cabral, condenado a mais de 100 anos de prisão, a PMERJ chegou a ter 36
coronéis sem função definida".
Os gastos
da PM com auxílio-moradia de oficiais de alta patente — que têm salários brutos
de R$ 7,8 mil a R$ 49,4 mil — chegam a R$ 58 milhões por ano.
Ao longo
das últimas administrações, houve ainda um incremento desproporcional na
promoção de policiais ao posto de sargento. Hoje a PM do Rio tem mais sargentos
que soldados.
Mas não são
apenas as vantagens e regalias dos oficiais da PM do Rio que chamam a atenção.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do
Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (Gaeco), 20% dos denunciados por
crime organizado no estado são ou foram policiais.
Segundo o
coordenador do Gaeco, Daniel Braz, "Dificilmente uma estrutura de
organização criminosa vai funcionar sem a presença do agente público dentro
dela ou a conivência dele. Ela, em geral, funciona com a participação ou a
corrupção do agente público. As investigações mostram que as quadrilhas de
tráfico de drogas tinham sempre, ao menos, um policial" explica.
A
intervenção federal pode até conseguir minimizar o caos instalado no Rio pelo
crime organizado em conluio com o poder público e a banda podre das polícias do
estado, mas dificilmente conseguirá acabar com certar regalias e privilégios.
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