OBRAS DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO
MONTE, NO PARÁ (FOTO: OSVALDO DE LIMA/NORTE ENERGIA/DIVULGAÇÃO)
As obras da linha de transmissão da Hidrelétrica
de Belo Monte, projeto de 2,1 mil quilômetros de extensão que vai
distribuir a maior parte da energia gerada pela usina do Rio Xingu, no Pará,
acabam de receber um impulso financeiro. O BNDES aprovou,
no fim de dezembro, a liberação do financiamento de R$ 2,56 bilhões para a
concessionária do linhão. Agora, está para contratar o crédito - os recursos
começarão a ser liberados nos próximos dias.
Belo Monte, sempre debaixo de muita contestação!
A aprovação do empréstimo ocorre quase três anos após a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), sociedade formada pela estatal chinesa State Grid e por subsidiárias da Eletrobrás, assinar o contrato de concessão com o governo, e apenas um ano antes da data prevista para sua conclusão. Firmada em junho de 2014, a concessão prevê que a linha esteja em operação em 12 de fevereiro de 2018.
A aprovação do empréstimo ocorre quase três anos após a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), sociedade formada pela estatal chinesa State Grid e por subsidiárias da Eletrobrás, assinar o contrato de concessão com o governo, e apenas um ano antes da data prevista para sua conclusão. Firmada em junho de 2014, a concessão prevê que a linha esteja em operação em 12 de fevereiro de 2018.
Em janeiro do ano passado, o BNDES
já tinha repassado à concessionária R$ 718,4 milhões, como um empréstimo-ponte,
modalidade de financiamento de curto prazo para as obras serem tocadas enquanto
o crédito de longo prazo é analisado. Por conta da demora em receber o
financiamento principal da instituição de fomento, a BMTE já tinha recorrido a
outros bancos para tocar as obras.
Segundo o BNDES, uma parte (R$ 875
milhões) do crédito de longo prazo será repassada indiretamente pela Caixa, que
assume o risco. O banco de fomento estava preparado para liberar o empréstimo
desde o fim do ano passado, segundo a superintendente de Energia do BNDES,
Carla Primavera, mas havia questões burocráticas para resolver com a Caixa. O
alívio nas contas da concessionária não resolve a situação crítica de um dos
maiores projetos de transmissão do País, com investimentos de R$ 5,6 bilhões,
conforme o BNDES. O cronograma da obra está comprometido, por conta de atrasos
sucessivos em lotes de transmissão executados pela gigante chinesa Sepco,
empreiteira que constrói um trecho de 780 quilômetros do empreendimento.
A BMTE já multou a empreiteira e
avaliou até a sua expulsão do projeto, como revelou o Estado na semana passada.
Com 51% na BMTE, a chinesa State Grid aguarda ainda a liberação de um segundo
empréstimo bilionário do BNDES, para construir outra linha de transmissão de
Belo Monte, na qual atua sozinha. Trata-se de um projeto de 2.518 quilômetros
de extensão e investimentos da ordem de R$ 10 bilhões. Para cumprir o prazo de
entrega dessa linha, prevista para 2019, quando Belo Monte deve estar a plena
carga, a State Grid já chegou a pedir a "intervenção" do Ministério
de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que
pressionem o processo de licenciamento ambiental do empreendimento no Ibama.
Por conta das dificuldades em obter
as licenças, as obras ainda não começaram.Questionada sobre a análise desse
projeto, Carla, do BNDES, disse que "o banco tem tranquilidade em
apoiar", mas que ainda não há nada definido. "Não nos preocupa fazer
esse financiamento, mas hoje ainda estamos em um momento de aproximação com a
empresa", comentou a executiva, evitando responder se o projeto terá
empréstimo-ponte.
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.