SE
OS PORCOS PUDESSEM VOTAR… NÃO ESPALHARIAM O ÓDIO.
De repente,
assim, sem mais nem menos, Orson Scott Card se tornou o filósofo preferido de
milhões de brasileiros. Por quê? Ambos foram derrotados.
Orson, é um
escritor americano, mórmon, de extrema direita. No pouco que li sobre ele é de
um ódio e amargura que me deu aflição. Pra quem não sabe, a Bíblia diz que uma
raiz de amargura, brotando no coração de um homem, contamina a muitos. Mais uma
vez, a Bíblia aclara a alma humana e mostra onde está o problema.
A frase que
está se tornando bandeira de muitos hoje é essa: “Se os porcos pudessem votar,
o homem com o balde de comida seria eleito sempre, não importa quantos porcos
ele já tenha abatido no recinto ao lado.”
O contexto
dessa frase é bem interessante. Mesmo que em tempos anteriores Card tenha
defendido o então candidato Barak Obama, em 2013 ele diz que vê um futuro em os
EUA serão governados como a Alemanha de Hittler. Quando Bush mentiu sobre armas
de destruição em massa, Card defendeu, dizendo que há mentiras politicamente
úteis. Talvez isso explique a sua crítica fantasiosa a Obama.
Se ele fosse
brasileiro, estaria de mãos dadas com Bolsanaro, Marco Feliciano, Silas
Malafaia (pela ideologia, não pela religião, já que mórmons e pentecostais não
se dão), ele é um ativista anti-gay, desses bem chatos. Alguns dos seus leitores
dizem que ele perdeu a graça depois que entrou nessa luta e ficaram felizes
quando ele diminuiu a sua artilharia e voltou à ficção científica.
IMAGEM USADA NA CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO DE MICHELLE OBAMA
Em meio a
algumas disputas americanas, que são bem difícies de entender, já que a
política lá é outra, essa frase de cards veio à tona quando Michelle Obama
(mulher, negra e primeira dama dos EUA) tentou emplacar uma política chamada
Healthy, Hunger-Free Kids Act (Ação por crianças saudáveis e sem fome – me
perdoem se traduzi errado) que é um cardápio padrão para as escolas pública de
lá. Sem entrar na discussão se o programa é bom ou ruim (já que eu não o
conheço) umas das formas de atacar essa política foi desmoralizar Michelle
Obama.
A forma mais
fácil de fazer foi dizendo que crianças morreriam de fome com esse cardápio e
que na verdade ele serviria apenas para porcos. E por fim, que se tratava de
uma medida eleitoreira, algo como, se bem alimentados, até os porcos votariam.
O que parece
não estar claro para a comunidade brasileira que se apropriou da frase ele é
uma expressão de ódio e contenda, ela nada tem a ver com o amor de Cristo e é
apenas a contaminação e o espalhamento da amargura. Fuja disso! Comparar os
necessitados com procos famintos não é uma boa pedida, ainda mais quando
sabemos a quem estão chamando disso.
Tome cuidado
a quem você serve. Espalhar esse tipo de coisa, nem de longe serve ao amor de
Cristo, ao avanço da humanidade. Além de ser uma ignorância cultural nada
invejável.
Não ria, mas
no desenho do Garfield, havia um porco chamado Orson.
alexandreluquete.wordpress.com