SERVIDOR DO GDF É PRESO SUSPEITO DE VAZAR INFORMAÇÕES A
GRILEIROS.
Ele era responsável por fiscalizar invasões em áreas de
preservação.
Servidor se manteve em silêncio; outras 7 pessoas também foram presas.
Um servidor do governo do Distrito Federal cedido à
Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops) foi preso na manhã desta
quinta-feira (18) suspeito de repassar informações a um grupo de grileiros
sobre vistorias e fiscalizações realizadas em São Sebastião. Outras sete
pessoas suspeitas de integrarem o grupo também foram presas.
De acordo com o delegado-chefe da 30ª DP, Érito Cunha, Morvan
Jorge de Carvalho estava na função de agente operacional da Seops e era
responsável por fiscalizar denúncias em áreas de preservação permanente e
invadidas.
Na delegacia, Carvalho não deu declarações. Ele também se
manteve em silêncio durante depoimento.
"Ele era o contato do grupo. Ele avisava quando haveria
fiscalização e foi beneficiado financeiramente. Possivelmente participava dessa
venda, dessa negociação dos lotes", afirmou Cunha. De acordo com o
delegado, foram apreendidos R$ 15 mil na residência de Carvalho em Samambaia. O
delegado não soube informar quanto o servidor recebia para ajudar o grupo.
De acordo com o delegado, a investigação teve início a partir
de denúncias anônimas e de um flagrante realizado pela policia por desmatamento
e parcelamento de solo há cerca de quatro meses. Desde então, a polícia vem
investigando o grupo.
Os grileiros atuavam em vários bairros de São Sebastião. Eles
escolhiam uma área, desmatavam o local e faziam o parcelamento e a venda dos
lotes. A última atuação do grupo foi no bairro Morro da Cruz, também em São
Sebatião.
"Esse bairro cresceu de forma totalmente desordenada,
muito de grilagem e invasão de terra, só que existia uma área de preservação lá
e esse grupo quase que destruiu essa área toda para demarcação de lotes",
disse o delegado.
Os suspeitos irão responder por crimes ambientais,
parcelamento irregular do solo e associação criminosa. Carvalho também
responderá por corrupção ativa e, se comprovado que os outros sete suspeitos
pagavam o servidor por informações, eles responderão também por corrupção
passiva.
g1.globo.com/distrito-federal