"Ao contrário do que sempre diz, nunca renunciou ao
conforto do capitalismo nem escolheu viver com austeridade", escreve Juan
Reinaldo Sánchez, que durante 17 anos foi guarda-costas de Fidel Castro e agora
publica um livro sobre a vida privada do líder da revolução cubana.
Iates luxuosos, 20 casas espalhadas por toda a ilha e
partidas de caça "à la Luis XV" são alguns dos segredos revelados por
"La cara oculta de Fidel Castro", escrito junto com o jornalista
francês Axel Gyldén e que estará nas livrarias francesas no próximo dia 28. No
Brasil o livro será publicado pela Editora Paralela em setembro desse ano.
O comandante sempre teve o cuidado de manter longe da vista
dos cubanos sua vida privada, "o segredo mais bem guardado da
Revolução", assegura Juan Reinaldo Sánchez, segundo os extratos do livro
consultados pela Agência Efe.
O homem que acompanhou Fidel quase diariamente entre 1977 e
1994 descreve o luxuoso iate do líder, o "Aquarama II", copiado do
barco de um próximo do regime de Fulgencio Batista (presidente de Cuba entre
1940-1944 e líder de fato em 1952-1959), com quatro motores, que lhe presenteou
o dirigente soviético Leonid Brejnev.
Raio-X de Cuba
Capital: Havana | Idioma: espanhol | Religião: católica e minoria
protestante | Moeda: peso cubano | Natureza do Estado: república de partido
único | PIB: US$ 121 bilhões | População: 11 milhões
Foto: Arte UOL
Fonte: CIA World Factbook
Ancorada em seu porto privado da Baía dos Porcos, cada
passeio do navio envolve toda uma operação, que inclui outros dois navios, um
deles transformado em clínica médica, uma patrulha militar e vários aviões em
alerta para evitar que o comandante sofra um atentado.

E enquanto isso o povo...

E enquanto isso o povo...
Fidel passou a vida toda tentando conquistar a imagem de grande estadista...sem conseguir,
Em geral, o "Aquarama II" serve para agradáveis
passeios marítimos, mas também para ir a Cayo Piedra, uma pequena ilha situada
no sudeste de Cuba, um "paraíso para milionários" no qual Fidel
repousa rodeado de luxo.
"Fidel Castro deu a entender que a Revolução não lhe deu
nenhum respiro, nenhum prazer; que ignorava e desprezava o conceito burguês de
férias.
Mentia", afirma Sánchez.
Mentia", afirma Sánchez.
Imagem de vídeo
feita em 9.jan.2014 mostra o ex-presidente cubano Fidel Castro em Havana.
Foi a primeira aparição do líder em público em meses
Foi a primeira aparição do líder em público em meses
O guarda-costas relata que ele esteve "centenas de
vezes" nesse "pequeno paraíso", onde era o encarregado de
escoltar o comandante durante suas várias incursões de caça submarina em
profundezas marítimas quase virgens.
Se o tempo fosse clemente, Fidel e sua esposa Dalia viajavam
quase todo final de semana a Cayo Piedra, enquanto na temporada de chuvas o
comandante preferia a caça do pato na mansão "La Deseada", situada na
província de Pinar del Río.
"Em agosto, os Castro se instalavam durante um mês em
sua ilha dos sonhos", de onde o líder chegava a Havana em helicóptero se
algum imperativo assim exigisse, acrescenta Sánchez.
Nenhum cubano comum entrou na secreta ilha de Castro, à qual
só um reduzido grupo de privilegiados, quase todos estrangeiros, foram
convidados.
Reinaldo Sánchez lembra o ex-presidente colombiano Alfonso
López Michelsen, o empresário francês Gérard Bourgoin, conhecido como o
"rei do frango", o proprietário da "CNN", Ted Turner, e o
ditador da República Democrática Alemã, Erich Honecker.
Porém, as presenças mais frequentes eram do escritor Gabriel
García Márquez e do herói da revolução Antonio Núñez Jiménez.
Em uma dessas visitas, segundo o autor, Fidel propôs a
"Gabo" lançar-se à conquista da presidência colombiana com o apoio de
Cuba, mas o escritor "preferia desfrutar dos prazeres da vida ficando
confortavelmente à margem da política".
O que não conseguiu com García Márquez, ter um
"peão" na Colômbia, conseguiu anos mais tarde com Hugo Chávez na
Venezuela, escreve Reinaldo Sánchez, que assegura que o líder cubano
"sempre teve no ponto de ira o petróleo" desse país.
"Sabia que era a chave para financiar seu sonho
internacionalista de opor-se aos Estados Unidos", acrescenta.
"La cara oculta de Fidel Castro" não descreve só o
luxo da vida do ditador cubano, mas também
O ex-guarda-costa também se centra no costume que tinha Fidel
de grampear todos seus colaboradores e próximos ou sua tentativa de estender a
revolução à Nicarágua.
Reinaldo Sánchez caiu em desgraça com Fidel em 1994 por pedir
a retirada e a aposentadoria.
Foi preso e, após múltiplas peripécias, conseguiu
escapar em 2008 para se reunir com sua família nos Estados Unidos.
ÉPOCA.COM.




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