Por J. Loival
Dados extraoficiais demonstram que a policia do DF está
envelhecida, ou seja, tanto a Policia Civil quanto a Policia Militar está com
o seu quadro de efetivo bem abaixo do necessário, e que, além disso, nos
próximos quatro anos pelo menos 40% desse pessoal está com
idade para se aposentar – dados extraídos do Diário Oficial do DF revela que
as baixas (por aposentadoria) são extremamente significativas em relação à
reposição.
O assunto é guardado sob sete chaves, ninguém quer falar sobre essa bomba que
esta presta a explodir no próximo governo. Não há saída: o próximo
governador terá que montar um plano estratégico para que a população do DF
não fique ainda mais a deriva.
Não precisamos ser especialistas em segurança pública para ver que o DF está
ser tornando uma terra insegura para se morar (nesse final de semana, além de
outros casos, o professor Guilherme, em Planaltina, foi assassinado por um
menor). Aumentar a idade penal não vai resolver o problema. A PM cede pelo
menos mil policiais para fazer os serviços de transito do DF. O contingente
da PM é insuficiente para atender a demanda, se não bastasse isso, a
corporação vive o fantasma da idade avançada e dos afastamentos por problema
da saúde. Pior ainda, é obrigada a dar suporte ao entorno.
Todos esses fatores pode curto prazo, levar o DF ao colapso total na
segurança pública, assim como está ocorrendo com o transito.
Em 2005
quando conselheiro do Conselho de Gestão da Área de Preservação de Brasília
fiz igual alerta sobre o caldeirão que estava se tornando o entorno.
Infelizmente desprezaram o nosso clamor e o resultado é o que estamos vendo.
Assim como as questões do entorno que devem ser tratadas com maior
profundidade, a segurança pública do DF e o transito precisam ser revista sob
todos os pontos de vistas.
O policial ao atingir o seu tempo de aposentadoria não vai se curva por conta
de alguns trocados, eles sabem que suas vidas estão correndo riscos 24 horas
por dia. Além disso, eles lidam com situações inusitadas, num piscar de olhos
toda a sua vida pode desmoronar, ou seja, além do risco de vida eles têm pela
frente um sistema penal que dá mais credibilidade ao bandido que o policial
e, sem contar com os grupos de defesa dos direitos humanos que não dá o mesmo
tratamento quando a corporação é atingida pela bandidagem. Isso provoca no
policial temor constante pela sua vida, assim como as implicações que se
revela ao longo do tempo por conta de pendengas advindas com o dia-a-dia do
trabalho.
Infelizmente temas como Ensino Público, Saúde Pública, Transportes Públicos e
Segurança Pública não se resolver da noite para o dia. No caso dos policiais
a contratação leva-se anos. A partir da decisão de se contratar até que o
policial esteja nas ruas o tempo não é menor que dois anos, no caso do Policial
Militar é ainda maior, pois o curso de formação demanda mais tempo.
Por outro lado, não existe estrutura capaz de contratar e dar treinamento
para um batalhão de quatro mil pessoas, mesmo que exista, concurso que visa à
contratação de grupos superior a 500 pessoas de uma tacada só se mostra
capenga, ou seja, acima desse quantitativo à qualificação e a média de
pontuação cai vertiginosamente, além de ocorrer uma avalanche de postulantes
ao cargo de outros Estados, sobrecarregando ainda mais o DF na questão de
moradia. Sem contar com outras implicações que ocorrem em contratações no
afogadilho.
Esse é quadro em que estamos presenciando no dia-a-dia no DF. Pode-se até
contestar os dados sob o ponto de vista numérico, mas jamais sobre o medo que
tomou conta dos moradores do DF.
NÃO deixe para reagir quando a violência bater na sua porta. Hoje foi o
professor Guilherme e amanhã quantos mais estarão chorando pela perda de uma
pessoa querida?
http://www.loival.com.br/
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