MINISTRO GILBERTO CARVALHO É ACUSADO DE ARRECADAÇÃO
ILEGAL DE DINHEIRO PARA O PT EM SANTO ANDRÉ
Braço direito de Lula e de Dilma é acusado por uma pessoa de envolvimento no
esquema que matou o prefeito Celso Daniel (PT)
O jornal Valor Econômico publica nesta
quinta-feira uma matéria de grande repercussão nacional. A matéria traz
declarações fortíssimas de uma filha de empresário do ramo de transportes
coletivo da cidade de Santo André, que na época do prefeito Celso
Daniel (PT) era extorquido pelo esquema que levantava dinheiro para as
campanhas do PT que era comandado por José Dirceu. O ministro Gilberto
Carvalho, braço direito do ex-presidente Lula e atual secretário da
presidente Dilma Rousseff, é acusado pela filha do empresário
paulista, ela que hoje é deputada federal do PSDB, de ser o “homem do carro
preto” que pessoalmente arrecadava o dinheiro da extorsão de empresários em Santo
André e transportava estes valores diretamente para José
Dirceu na sede do PT. Gilberto Carvalho é denunciado
no livro bomba do delegado Romeu Tuma Júnior, Assassinato
de Reputações, como protagonista no episódio da morte do prefeito de Santo
André, Celso Daniel.
MAIS COMPLICAÇÕES PARA O MINISTRO CHEFE DO GOVERNO DILMA:
VEJA A SAIA JUSTA EM FICOU GILBERTO CARVALHO:
Confira a publicação do Jornal Valor Econômico que coloca o
ministro Gilberto Carvalho em situação complicada.
A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP)
acusou, nesta quarta-feira, 9, o chefe da Secretaria-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, de ser o responsável por
transportar dinheiro obtido de esquema de caixa dois na Prefeitura de
Santo André(SP) para abastecer campanhas eleitorais do PT em 2002. À época,
Carvalho era secretário de Governo do ex-prefeito do município Celso
Daniel (PT), assassinado no mesmo ano. As afirmações da parlamentar
foram negadas pelo ministro.
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“O ministro Gilberto Carvalho era
conhecido como ‘homem do carro preto’ por levar dinheiro obtido de empresários
extorquidos para o presidente do PT à época, José Dirceu”, disse
ela durante audiência pública com o ministro na Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.
O ministro Gilberto Carvalho negou as
acusações, e afirmou que defendeu “à exaustão” as investigações da morte de
Celso Daniel.
“A senhora não pode dizer que eu sou o ‘homem do carro preto’,
porque não presenciou isso.
Eu nunca participei de nada disso que a senhora
levanta”, respondeu.
Segundo a deputada, seu pai, Luís Alberto Ângelo
Gabrilli, era empresário do ramo de transportes à época e foi extorquido, assim
como outros empresários da cidade, por homens armados a serviço da
administração de Celso Daniel. O dinheiro teria sido, ainda segundo
ela, a origem do esquema de caixa dois que alimentou campanhas do PT.
“O Gilberto tinha entrado para o governo com a missão de
acabar com a corrupção na cidade, mas nada foi feito”, afirmou ela. “Se ele
sabia da extorsão e era braço direito do prefeito, fica por isso mesmo?”
blogdoluizgama.
O ARTIGO DE JOSIAS DE SOUZA:
CASO CELSO
DANIEL: A DEPUTADA QUE COLOCOU GILBERTO CARVALHO NUMA SAIA JUSTA.
A deputada Mara Gabrilli interpela Gilberto Carvalho sobre o caso Celso
Daniel e acusa ‘o homem do carro preto’ de repassar a José Dirceu o dinheiro
extorquido de empresários de Santo André.
“Faz muitos anos que eu queria olhar nos olhos do senhor e
fazer essas perguntas”, disse a deputada Mara Gabrilli em meio à interpelação
que interrompeu a procissão de platitudes que o ministro Gilberto Carvalho
desfiava, no fim da tarde desta quarta-feira, durante a sessão
da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Por
mais de seis minutos, a parlamentar do PSDB paulista acuou o secretário-geral
da Presidência com a evocação de perturbadoras agravantes que envolvem o assassinato
do prefeito Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002. Tentando controlar
a emoção que em alguns momentos embargou a voz sempre suave, a deputada que um
acidente de carro imobilizou na carreira de rodas abriu a ofensiva com a
história do pai, dono de uma empresa de ônibus.
Vítima do esquema corrupto montado na prefeitura de Santo
André para extorquir empresários do setor, e irrigar com boladas de bom tamanho
as campanhas eleitorais do PT, ele era pressionado todos os meses “por uma
gangue” ─ liderada, segundo Mara, por Klinger de Souza (subsecretário de Celso
Daniel), Ronan Pinto (hoje proprietário do Diário do Grande ABC) e
Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, denunciado pelo Ministério Público como
mandante do crime. ”O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro
preto”, disse a deputada ao ministro. “Era a pessoa que realmente pegava essa
coleta de dinheiro extorquido de empresários e levava para o capo, como era
conhecido o José Dirceu. Isso eu não li. Isso eu vivenciei”.
Depois de invocar os testemunhos dos irmãos de Celso Daniel e
o depoimento de Romeu Tuma Junior, ex-secretário nacional de Justiça, publicado
no livro “Assassinato de Reputações”, a deputada seguiu alternando acusações e
cobranças. Quis saber se Carvalho também acha que os fins justificam os meios e
estranhou o descaso do ministro pelo esclarecimento de um episódio que comoveu
e continua intrigando o país inteiro. “Por que o senhor não ajuda a apressar o
julgamento do Sombra?”, perguntou, identificando pelo apelido o réu Sérgio Gomes
da Silva, processado como mandante do assassinato. “O senhor não se incomoda
com isso?”
Desconcertado, Carvalho reprisou o palavrório que recita há
mais de dez anos. Alegou que “foi a Polícia Civil de São Paulo comandada pelo
PSDB” que reduziu a crime comum uma execução encomendada. Como fez há três
meses, prometeu acionar judicialmente Romeu Tuma Junior. E jurou que ninguém
sofreu tanto quanto ele com a morte do “amigo e mestre” Celso Daniel.
Caprichando na pose de quem acabou de chegar ao velório, declamou mais de uma
vez o mantra predileto: “Isso dói”.
Certamente doeu muito mais a pancadaria retórica a que foi
submetido por Mara Gabrilli.
JOSIAS DE SOUZA-REVISTA VEJA.