Rock in Rio capta R$ 8,8 milhões via Lei Rouanet,
dinheiro do povo, mas tem lucros milionários, para que a grana do povo ?
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Isso realmente é um escândalo, Rock in Rio pegando a grana do povo, vejam que até tentaram contestar, mas o Ministério da Cultura mandou liberar.
Quem pode, pode, no fim a conta cai nas costas do povo.
Folha.com
Sucesso de público e de marketing,
com um faturamento milionário, o Rock in Rio recorreu novamente à Lei Rouanet,
que permite aos patrocinadores dedução no Imposto de Renda, para bancar parte
de seus custos.
A quinta edição brasileira do
festival, que começou na última sexta (13), foi autorizada pelo Ministério
da Cultura a captar cerca de R$ 12 milhões --deste total, já arrecadou R$ 8,75
milhões, tendo como principais apoiadores os Correios (R$ 2,1 milhões), a Sky
(R$ 2 milhões) e a Redecard (R$ 2 milhões).
Roberto Medina, o criador do
Rock in Rio, já havia anunciado que, a exemplo da edição de 2011, o festival
deste ano também buscaria patrocínio via Lei Rouanet.
"Renúncia fiscal é um
instrumento que qualquer empresário pode e deve usar. É uma parte pequena do
investimento total, foram R$ 12 milhões na última edição [2011]", disse o
empresário no ano passado, durante o anúncio de sua parceria com Eike Batista,
que comprou metade das ações do festival.
De acordo com os organizadores, o
custo total de produção do Rock in Rio 2013 foi de R$ 135 milhões para os sete
dias de evento. Apenas com a venda de ingressos (85 mil por dia, ao custo de R$
260 ou, com meia entrada, R$ 130) o festival teve receita de quase R$ 88
milhões, segundo informou ao MinC.
O Rock in Rio arrecada ainda mais
com patrocínios --em 2011 foram R$ 64 milhões e, segundo Medina informou no ano
passado, a edição atual iria chegar a R$ 100 milhões, com 73 marcas presentes
na Cidade do Rock.
Há ainda o lucro da venda de
produtos com a marca do festival --os organizadores não divulgam previsão de
faturamento.
CONTESTAÇÃO
Um parecerista externo ao
Ministério da Cultura, que avaliou a inscrição da atual edição do festival na
Lei Rouanet, manifestou-se contra a aprovação, "tendo em vista que o
referido projeto possui condições próprias para se apoiar em sua própria
estrutura, buscando aporte financeiro de forma espontânea a partir do apelo que
a marca Rock in Rio imprime no mundo inteiro".
Além disso, contestou a venda
preferencial de ingressos para portadores de cartão de crédito ligado a um dos
patrocinadores (que puderam comprar o primeiro lote antes das demais
pessoas).
"Fica caracterizada venda de
ingressos a público restrito ou privilegiado para os primeiros lotes de
ingressos voltado para o patrocinador (...). Esse tipo de restrição contraria a
lei 8.313/91", escreveu.
A questão foi então analisada pela
Comissão Nacional de Incentivo a Cultura (Cnic), que reavaliou o projeto e
decidiu aprovar o uso da Rouanet pelo Rock in Rio.
Segundo o MinC, "o motivo pelo
qual havia sido indeferido, 'por possuir condições próprias para se apoiar em
sua própria estrutura', não é previsto em lei".
Quanto à venda preferencial de
ingressos, novamente os conselheiros do Cnic não viram desrespeito à lei.
"Não há caracterização de
privilégio quando se estabelecem lotes especiais para patrocinadores, uma vez
que a lei permite que até 10% dos ingressos sejam destinados a aos
patrocinadores, afirmou o MinC, por meio de sua assessoria de imprensa.
Blog do Ricardo Gama-RJ.
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