A MULHER
QUE INSPIROU A FIGURA DE “ROSIE, THE RIVETER”, UM DOS SÍMBOLOS DO FEMINISMO
O feminismo está em alta, como vimos fortemente na cerimônia
de entrega do Oscar, ontem à noite. Ganhará mais força ainda nesta
quinta-feira, dia 8, com a comemoração do Dia Internacional da Mulher. Um dos grandes símbolos dessa luta faleceu,
aos 98 anos, em 20 de janeiro deste ano. Naomi Parker Fraley foi a californiana
usada como modelo do pôster “Rosie, the Riveter” (Rosie, a Rebitadeira),
reconhecido como o grande símbolo gráfico do feminismo. Ele representa a
migração de mulheres para as fábricas durante a escassez masculina causada pela
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Rosie traja um macacão jeans e tem seu
cabelo preso por um lenço vermelho.
Naomi Parker Fraley posa em frente ao cartaz “We can do it!”
em 2014 e imagem veiculada na capa do Saturday Evening Post em 1943
A ideia da imagem não era convocar mais mulheres para a força
de trabalho. O que o governo queria era motivar aquelas que já estavam ali: o
pôster trazia os dizeres “We can do it!” e foi exibido aos trabalhadores da
companhia elétrica Westhouse durante um período de apenas duas semanas, em fevereiro de 1943. Apesar dessa
representação da figura de Rosie ser a mais famosa, a personagem também foi
tema de uma capa do jornal Saturday Evening Post de maio do mesmo ano e de uma
canção de 1942.
MUITAS OUTRAS VERSÕES E ANOS DEPOIS...
A ideia da imagem não era convocar
mais mulheres para a força de trabalho. O que o governo queria era motivar
aquelas que já estavam ali: o pôster trazia os dizeres “We can do it!” e foi
exibido aos trabalhadores da companhia elétrica Westhouse durante um período de
apenas duas semanas, em fevereiro de
1943. Apesar dessa representação da figura de Rosie ser a mais famosa, a
personagem também foi tema de uma capa do jornal Saturday Evening Post de maio
do mesmo ano e de uma canção de 1942.
Esse curto período de encorajamento
para as mulheres entrarem no mercado de trabalho acabou assim que os homens
retornaram da guerra. Com a força de trabalho masculina disponível novamente,
grande parte das 6 milhões de mulheres contratadas foram despedidas, apesar de
80% ter expressado desejo de permanecer em seus postos. A data escolhida para o
Dia Internacional da Mulher, apesar de não ter relação com Rosie, tem suas
raízes em uma greve realizada em 8 de março de 1857 em uma fábrica têxtil
nova-iorquina. As mulheres advogavam pela redução da jornada de trabalho e por
pagamento igualitário. No entanto, a data só seria oficializada em 1975, depois
de muitas manifestações.
Nos anos 1950, a imagem das
mulheres era associada à ideia da dona de casa bonita, neurótica,
dependente de seu marido, e confinada ao ambiente doméstico. O movimento
feminista americano voltaria a ganhar força na metade da década seguinte. O
pôster, desenvolvido por J. Howard Miller, foi adotado nos anos
1980. Em 1998 foi criada a Sociedade Americana de Rosie the Riveter,
dedicada à preservação da memória das mulheres que integraram a força
industrial durante a Segunda Guerra Mundial.
Beyoncé, Malala e a capa da edição
de janeiro de 2017 da revista New Yorker
Desde então, foram feitas inúmeras
referências à figura de Rosie na cultura pop. Em 2014, Beyoncé posou como o
ícone em seu Instagram. No mesmo ano, foi criado um grafite que coloca a
ativista paquistanesa Malala Yousafzai no lugar de Rosie. Uma das capas mais
marcantes da revista New Yorker no ano passado foi a ocupada pelo que os
editores definiram como uma versão “moderna” de Rosie, que, como os outros
exemplos citados, não se trata mais de uma mulher branca. Essas reinvenções
falam ao coração com a onda feminista atual, focada em reconhecer as
desigualdades não apenas entre mulheres e homens como entre mulheres de
diferentes etnias, origens e situações socioeconômicas.
O Curioso.com. e internet