A ENTREVISTA QUE
MARCONI PERILLO CENSUROU.
Justiça goiana censura entrevista de ex-governador Alcides Rodrigues a pedido do atual governador Marconi Perillo.
Justiça goiana censura entrevista de ex-governador Alcides Rodrigues a pedido do atual governador Marconi Perillo.
02 de Janeiro de 2012 às 09:45
Foto: Dida Sampaio/Agência Estado
GOVERNADOR DE GOIÁS, MARCONI PERILLO, NÃO GOSTOU DE
SER CHAMADO DE "PAVÃO" PELO ANTECESSOR ALCIDES RODRIGUES E CONSEGUIU
RETIRAR DO AR A ENTREVISTA; ESCUTE O ÁUDIO.
O Governador de Goiás, Marconi Perillo não gostou de
ser chamado de "pavão" pelo antecessor Alcides Rodrigues e conseguiu
retirar do ar a entrevista em que o adversário deu a declaração. O imbróglio
goiano vai detalhado abaixo, e se você quiser ouvir a entrevista vetada na
Rádio 730, pode ouvi-la aqui.
Leia, abaixo,
reportagem publicada pelo 247 a respeito da censura:
(Altair Tavares
_colaboração para o 247)
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), bateu, levou e, incomodado, resolveu recorrer à Justiça para censurar, ou melhor, retirar de circulação não o que ele disse, mas o que ouviu. Ontem, o juiz plantonista Levine Raja Gabaglia acatou pedido de liminar, em ação movida pelo tucano, que determina à Rádio 730 a retirada de seu site de trechos da entrevista do ex-governador Alcides Rodrigues (PP) e veiculada no dia 26/12/11.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), bateu, levou e, incomodado, resolveu recorrer à Justiça para censurar, ou melhor, retirar de circulação não o que ele disse, mas o que ouviu. Ontem, o juiz plantonista Levine Raja Gabaglia acatou pedido de liminar, em ação movida pelo tucano, que determina à Rádio 730 a retirada de seu site de trechos da entrevista do ex-governador Alcides Rodrigues (PP) e veiculada no dia 26/12/11.
O bate-boca entre
Alcides e Marconi não é nenhuma novidade. Desta vez, Marconi provocou o
ex-companheiro político (o pepista foi vice nos seus dois primeiros mandatos de
governador) ao afirmar que, no governo anterior, que sucedeu no início deste
ano, havia uma “quadrilha” administrando o Estado e que identificava “pelo
menos dois assaltantes” nela. Marconi não nominou Alcides ou o segundo
assaltando – que seria o ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, dono da
Rádio 730 –, mas deixou claro que se tratava dos dois logo em seguida, ao citar
que “basta quebrar o sigilo de quem foi governador e secretário da Fazenda”,
conforme veiculado no Jornal O Hoje (23/12).
Na sexta-feira,
Alcides, que vive em um calculado ostracismo desde que deixou o governo, deu
entrevista ao jornal “O Popular” e à Rádio 730. Ao Popular, ele foi direto ao
ponto: “Ele (Marconi) precisa aprender a respeitar as pessoas. Precisa aprender
a ser menos arrogante, prepotente, megalomaníaco e pavão, que gosta de aparecer
demais.”
À Rádio 730, Alcides
repetiu as críticas, acrescentando que o tucano é “extremamente mentiroso”.
Ainda à radio, deixou uma ameaça: “Tudo tem limite. Ficamos calados, mas de
agora em diante vamos responder tudo.” O presidente da Agetop (a agência de
obras do Estado) e tesoureiro da campanha de Marconi no ano passado, Jayme
Rincon, foi o escalado para rebater o ex-governador, repetindo uma estratégia utilizada
por Perillo sempre que é atacado e é contra-atacado por um adversário. Mas
parece ter sido pouco. O capítulo seguinte da reação do tucano foi censurar a
entrevista de Alcides no site da Rádio 730, conforme liminar concedida.
Guerra antiga
A ação de Perillo
contra Rodrigues, que deu base para o pedido de liminar para a retirada da
entrevista do ar, pede indenização
Um dos principais
pontos de atrito entre Marconi Pe“não inferior a R$ 100 mil”. O que incomodou especialmente, segundo a defesa, foi o trecho em que o ex chama o atual governador de “pavão”.rillo e Alcides Rodrigues tem a ver com a
negociação envolvendo a Celg – Centrais Elétricas de Goiás. Está para sair
empréstimo que vai sanear a empresa, mas que ao mesmo tempo dará à Eletrobras o
controle, com 51% das ações. No final do governo anterior, estava para ser
liberado recurso que também sanearia a estatal mas que preservaria a maioria
das ações com o Estado.